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Carapicuiba , são paulo, Brazil
Advogado inscrito OAB/SP n° 391.112; Graduado em Direito pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba (FALC); Pós-graduando em Ciências Criminais e Direito Tributário pela Faculdade Legale. Tem 32 anos e reside no município de Carapicuíba/SP. Watss App n°(11) 981685890.

sábado, 2 de março de 2013

A Cravo sem a Rosa


Luiz Paulo Miranda

Antes de me apresentar quero contar-lhes um pouco sobre a historia do meu grande amigo Pedro que na época devia ter mais ou menos a mesma idade que vocês. Era estudante de engenharia numa faculdade particular e estava envolvido num relacionamento mau acabado com uma filha de imigrantes Judeus. Sem querer ofender, mas dava pra imaginar como não devia ser a convivência com a família. 
Nossa historia começa em quinze de dezembro do ano de 2002, quando numa discussão com o seu gerente meu amigo é suspenso do trabalho por vinte dias. Meu amigo Pedro previa o estrago que aquilo lhe traria a folha de pagamento e ficou preocupado com as mensalidades da faculdade. Pedro trabalhava como e agente de telecomunicações e o motivo da discussão com seu chefe era uma escala para o Natal e o ultimo dia do na, no qual ele achava injusto. Vendo o seu final de ano indo por agua a abaixo resolveu ir a busca de outro serviço na área que atuava.
Pedro tinha um envolvimento afetivo com uma moça Astrogilda, que por sinal não estava mil maravilhas, pois era muito difícil se verem e quando se viam ficavam juntos por muito pouco tampo. Astrogilda era uma moça muito bonita, filha de dessedente judeu e que seguiam ao pé da letra a religião dos antepassados. Pedro um homem de vinte e um anos, de pele escura e cabelos crespos não passava a segurança que os pais de Astrogilda ansiavam para sua primogênita.
Sua busca por um novo emprego não parava mesmo em dias de festas de final de ano, mas intensificava, e assim andava pelas ruas do Centro da cidade, com um jornal amarelo em mão e fone de ouvido na orelha escutando um roque muito pesado. Não foi feliz em suas busca, embora tenha feito muitas fixas e cadastros, mas as resposta positiva se tivessem de vir, viria após a virada do ano. Ainda era dia vinte e dois, não podia voltar para o serviço e ter que olhar na cara do gerente que fez do seu final de ano um inferno.
Sentia-se sozinho naquela situação, queria sua amada ao seu lado naquele momento de aflição, mas sua dizia sempre que estava ocupada. Pedro tinha família não muito grande, mas que o amava muito, que era composta por seu pai Rodolfo, sua linda madrasta Ruth e sua irmãzinha de quatro anos Angela. Pedro ainda tinha um grande amigo chamado Daniel, qual jamais se separava e eram como irmãos. Cursavam engenharia juntos, já estavam no terceiro anos e estudavam juntos desde a quinta serie.

Daniel ao contrario de Pedro era um homem muito mulherengo, seus métodos para conquistar uma nova mulher eram muito variados. Não gostava do envolvimento entre Pedro e Astrogilda, para ele o amigo estava perdendo seu tempo, pois ambos viviam mundos diferentes ou em realidades diferentes. Aconselhava para que ele conhecesse outras garotas e que vivesse outras experiências, mas  Pedro desconhecia aquilo e dizia estava feliz, pois amava Astrogilda.

Certa vez numa noite em que ia sair para balada, ao ir a casa do vizinho e amigo para emprestar-lhe um tênis percebeu uma certa tristeza em seu semblante.  Daniel tinha conhecimento do que ocorrera com seu amigo, sabia do risco de voltarem a ser colega de faculdade no ano de 2003 e que a ele tinha urgência para o novo emprego.  Convidou o amigo para ir contigo a festa, mas Pedro dizia esta sem clima para festa. Levou seu tênis e deu-lhe um telefone que segundo ele arrumaria alguém para conversar aquela noite e que não devia fica naquela depressão toda. Pedro sabia do que se tratava e não precisava daquilo, então assim que o amigo saiu de seu quarto amaçou o papel e o jogou na lata do lixo. Um dos meios do seu amigo mulherengo arrumar mulheres era por um Chat chamado Conversa Legal, no qual conversava pelo seu telefone numa sala que suporta no máximo quatro pessoas, dava pra ir para uma sala reservada quando duas pessoas desejavam. Nosso herói não quis saber de tal feito e ligou para sua amada para conversar com ela, já que não puderam sair naquela noite de sábado. Pedro não era ciumento nem inseguro, mas a situação que passava era a mais difícil de sua vida e não estava acostumado, precisava de alguém ao seu lado, pois sua família se encontravam todos na missa. Sendo assim ligou para aquela que deveria esta do lado e te dar-lhe atenção, já que os fatores exteriores os impediam de lhe fazer companhia. Bom o telefone apenas tocou por muitos tempos antes de ir para a caixa postal, guerreiro tentou mais umas cinco vezes sem sucesso. Vendo que por mais que estivesse sozinho naquela noite, a única pessoa que quis resolver seus problemas foi seu grande amigos, mesmo negando o convite de ir com ele a balada, deixou-lhe algo que poderia ajudar num recuperação emocional.

Sua família chegou e ele então saiu do quarto para poder conversar um pouco com alguém, mas o assunto entre eles já caminhava ao rumo do vestido que a filha da irmã Teresa usara naquela noite, mas incrível e que a mais baixinha estava bem enturmada ali falando da vida alheia. Pedro não queria participar de tal fofoca e após o termino de sua refeição volto ao recanto de seu quarto.

Dessa vez sentindo trocado pelo vestido da filha de Teresa, mais rejeitado do que nunca deitou em sua cama e foi ler um romance do século dezenove, mas logo se entediou de novo. Pegou seu celular e voltou a ligar para sua amada, mas não teve sucesso. Foi então que lembrou no numero do chat que no lixo ainda estava, sendo assim pegou-o e ligou em imediato. Pedro não sabia o que encontraria por lá, mas se lhe acabasse com aquele tedio já estaria de grande tamanho. Logo que entrou viu que havia pessoa muito más educadas nas salas, sendo assim trocava de sala com muita frequência. Quando consegui estabelecer um contato com tal Rodrigo e com uma moça chamada Carol, descobriu que ambos estavam presos em penitenciarias diferentes. Bom não entendia como que alguém que estava preso podia conversar tão livremente num bate-papo, mesmo assim conseguia conversar  com os dois até se encher e mudar de sala. Ao poucos ia tomando certo gosto até o momento em que conseguiu conversar com uma moça chamada Rosa. A verdade é que não conseguiam conversar muito bem, pois haviam alguns caras maus educado atrapalhando a conversa. Mesmo assim tentavam estabelecer um contato em meio às palavras de baixo calão e os inúmeros palavrões proferidos por um dos usuários que com eles dividiam a sala. Contudo resolveram então colocar no reservado, utilizando os meios informados na área de ajuda do bate-papo. Ao conversar no reservado Pedro logo pediu seu numero celular e não perdeu tempo e ligou-a imediatamente. A Rosa era uma garota de vinte e quatro anos, era pediatra e dividia o aluguel de um apartamento com uma prima em Osasco. Percebia de longe que era uma pessoa muito educada, qualquer assunto com ela fluía muito bem e Pedro a escutava e pouco falava. Ao se indagado se era comprometido ele então disse que estava enrolado com uma moça, mas não era nada que impedisse novas amizades. Rosa lhe disse havia algum tempo que não tinha ninguém, mas que estava de férias e que igual a ele estava entediada. Em meio aquela longa conversa o celular toca uma nova chamada, era Astrogilda que após duas horas depois via as ligações de Pedro e movida pela curiosidade o retornava. Pedro não a atendeu já que o assunto de sua nova amiga o era mais que suficiente, não queria entristecer com explicações sem pé nem cabeça.

Rosa contava de sua vida, disse que seu maior sonho era ser mãe e que já tinha engravidado uma vez, mas na praia devido um travessura de uma criança que a assustou com um cobra de borracha veio a perder seu bebê. O fato a abalou bastante, mas ao seu namorado havia sido como uma solução e devido a esse motivo não ficaram juntos. Pedro não ficou encantado com Rosa logo de cara, mas adorou conhece-la e naquela noite conversavam até quase umas três horas da madrugada. Rosa ainda disse que foi uma criancinha muito enjoada desde sua concepção, que até os dias atuais tinham alergia a um monte de coisas.  Dizia ela que em casa vivia nua, pois tinha alergia a um monte de tecido e que o calor que sentia não era norma e tinha que tomar vários banhos durante o dia devido suor. Suas joias eram de ouros, pois outro tipo lhe feria a pele. Nas suas descrições era uma moça branca, de cabelos enormes, magra e uma voz grave e ao mesmo tempo suave. Segundo ela as mulheres de sua família tinham a voz parecida e que mesmo sem querer às vezes acaba confundindo as pessoas.

Pedro mandava varias mensagens bonitas todas as manhãs para sua nova amiga, desejava um bom dia e dizia o quanto era especial. Não dormia antes de lhe desejar uma boa noite e conversar por algumas horinhas.

Não pense que se esqueceu do restante dos amigos por causa da Rosa, mas agora o tedio não tomava contado seu ser, conseguia conversar com alguém e desabafar. Não precisava mendigar a atenção das pessoas que a ele rodeavam, já que havia alguém que o escutava e o compreendia.

A relação com Astrogilda estava desgastada, pouco se viam e quando viam não podiam sair juntos. Pedro não estava de saco cheio, pois gostava de Astrogilda apenas queria a mais presente em sua vida. Astrogilda dizia ter diversos problemas os quais não compartilhavam com nosso herói devido ser internos a ela e por ser homem ele nunca intenderia. A comunicação que antes era ponto forte do relacionamento, agora fazia falta, pois Pedro fazia-se um livro aberto e o fato é que Astrogilda se fechava em seu mundinho.

Daniel quando soube que o amigo conheceu uma moça através do numero que o tinha dado só faltou dar pulos de alegrias, mas se conteve um pouco o alertando para golpes praticados por presidiaria. Jogavam vídeo game juntos e falavam sobre vários assuntos que envolvia desde engenharia civil a mecânica.

Suas conversas com Rosa era cada vez mais longa e apimentada. Dizia ela que desejava muito sair daquele lugar em que morava e que sua prima não era alguém em quem pudesse confiar. Seus assuntos com Rosa parecia inacabável, falavam sobre tudo, Pedro tirava suas duvidas a respeito das moléstias que habita nosso mundo e Rosa com o que sabia tentava esclarecer as duvidas do amigo. Certa vez Rosa contando que quando seguia de carro para Cachoeira de Emas, um garoto atravessou a rodovia e mesmo freando, ainda atingiu o garoto que faleceu na mesma hora. O garoto era o terceiro filhos de uma família de nove irmãos e por incrível que pareça, segundo os relatos de Rosa a família compareceu, mas nenhum chorou. Rosa dizia que ficou muito abalada com o ocorrido e que devido a isso sua habilitação estava suspensa até o fim do inquérito.

Daniel deu-lhe a noticia de que no seu serviço estava precisando de uma pessoa pra ser seu companheiro e que já o havia indicado para o cargo.  Ao receber a noticia não se conteve e deu um abraço bem apertado em seu grande amigo. Daniel era vigia da grande biblioteca da cidade, trabalhava num turno de seis horas noturnas e agora teria consigo seu melhor amigo.

A relação com Astrogilda ia de mal a pior, percebendo ele que não havia mais jeito resolveu chama-la até sua casa para por um fim em tudo. Astrogilda trabalhava como estagiaria num escritório de advocacia num cidade vizinha. O itinerário do ônibus que pegava passava próxima a casa de Pedro, mesmo assim era difícil descer para vê-lo. Tendo ele dito por telefone que precisava muito conversar com ela pessoalmente, houve de antemão uma crise de ciúmes para saber do que se tratava e mesmo assim não teve êxito. Já pessoalmente as bocas se calaram, não tinha se tempo para as curiosas perguntas de Astrogilda e Pedro não conseguia dizer nada, pois sentias se paralisado diante dos olhos negros de sua amada. Beijava-a como nunca havia beijado, não queria que saísse mais dos teus braços, sentia sua respiração em consonância com a de sua amada  formando um ritmo só e como na mais bela canção de amor pausava em cada decorrer de um beijo. Não havia duvida aquela tarde o ato do amor teve o seu maior significado, tendo ele a certeza de que ela era a mulher certa para viver ao seu lado. Pedro não terminou com Astrogilda naquela noite, muito pelo contrario fizeram amor como nunca a haviam feito, nos teus braços Pedro parecia não precisar de mais nada, ela era o seu mundo, sua vida e seu alimento. Deu-lhe uma carona de moto até em casa, no portão antes de Astrogilda entra conversaram sobre o assunto que antecedeu o encontro. Pedro não escondeu o que estava determinado a fazer, mas que quando a viu não mais queria, disse também que queria muito casar com ela. Esse assunto era tratado entre os dois desde o primeiro dia em que se viram, mas que nunca deixou de ser um plano metafisico. O fato é que não terminaram, mas continuaram no mesmo barco. Pedro mesmo não tendo êxito no que pretendia, ficou feliz em ter acabado com a saudade da sua amada, pois não tinha certeza do que ia fazer.

Passou o natal daquele ano em casa com família, fizeram uma pequena ceia de natal e ficaram juntos. Não foi à casa de  Astrogilda, embora tenham o convidado, mas não simpatizava-se com Chanucá (comemoração judaica) e mais algumas tradições religiosas que sua família fazia naquela data. A sua relação com os familiares dela não era ruim, mas se resumia em apenas apertos de mãos ou em balançar de cabeça, rápidos cumprimentos e sem muitas conversas. Sabia que se fosse casar com ela teria que quebra dezenas barreira de preconceitos religiosos e morais, indo desde a cor de sua pele a sua religião.

Começou trabalhar no dia vinte e sete daquele mês, gostou muito do serviço e ainda mais que era só ele e o melhor amigo. Passavam a noite inteira conversando de vários assuntos desde futebol á fatos da historia moderna. Tinham que ficar rondando o perímetro da biblioteca para evitar que viciados invadissem o para cometer pequenos furtos.

Suas conversas com Rosa não sessaram depois de sua hipotética reconciliação com Astrogilda, muito pelo contrario, só aumentava. Pedro mandava frequentes mensagens de carinho no celular de sua amiga, como já era habito mandar para todos os amigos. Rosa parecia não ser acostumada com aquele tipo de carinho já que ficava muito impressionada com as palavras proferidas nas mensagens, fato esse que fazia nosso herói empolgar-se nas próximas.

No seu segundo dia de serviço, assim que chegou do serviço, estava tomando o café da manhã recebe a ligação da rasa. Pedro costumava para tudo que estava fazendo para atender sua amiga, nesse dia não foi diferentes. Ao atende-la sentiu uma certa tristeza em sua voz, mesmo assim conversavam normalmente. Ao indagar se havia algo errado rosa então lhe disse:

– Pedro, gostei muito de você, há muito da minha vida que não tive tempo de contar.

Ele pediu pra que contasse e que ele queria ouvir o que esta havendo com ela e que entendia que não se deve abrir a vida pra alguém que acabara de conhecer. Estava com sua voz distante e muito roca, dizia ela esta em pé no ônibus lotado e com muita dificuldade, mesmo assim ela contava:

– Numa festa de uma amiga de minha prima conheci um amigo delas. Seu nome era Roberto, ficamos e ele queria namorar comigo. Ele era bastante grosso e violento no seu modo de ser, queria tudo ao seu jeito, a força. Soube depois que ele havia agredido sua própria mãe, confesso que fiquei com muito medo.

Pedro impressionado com o relato da amiga interrompeu-a perguntando:

 – Você namorava esse cara?

Pedro mesmo imaginando o que havia ocorrido não quis fazer mais perguntas. Rosa então continuou dizendo:

– Não amor, eu não sou namorada dele. Ontem esqueci meu celular em casa e minha prima mostrou pra ele as mensagens que você me mandou, ele já vinha me seguindo há um tempo, pois a rejeição não era fato aceitável. Nossa Pedro ele quase me matou.

Pedro ficou muito surpreso e a respondeu em imediato:

– Como é? Nossa ele te agrediu?

Mas sua revolta era eminente, só não era maior que as contradições descrevida por Rosa:

– Amor o Roberto é professor de MMA, bem forte e sem menor piedade golpeou-me com uma joelhada, com um tapa jogou-me no chão e veio agredir-me com chutes. Seu pai que apareceu do nada tentou conte-lo, mais foi golpeado com forte empurrão.

Aquela historia ficava cada vez mais estranha aos olhos de Pedro que movido por uma revolta e um sentimento de culpa, pois aquilo desencadeou devido as mensagem que lhe mandava no seu celular. Com muito sentimento de culpa indagou a respeito dos vizinhos e se ninguém chamou a policia. Como que um homem entra numa portaria de um prédio sobe a escadaria e agride uma mulher na porta de seu apartamento e ninguém faz nada? Essa era a duvida de Pedro, em contra partida Rosa respondeu:

– As véspera de final de ano muita gente esta viajando e o prédio estava vazio. O porteiro não se meteu a besta de impedi-lo de entrar, mas chamou policia e não demoraram de vir. Ai Pedro estou com medo de não poder engravidar mais, nossa desceu pra mim na hora que ele chutou meu estomago e só iria descer pra mim na semana que vem.

Enquanto rosa falava um filme ia passando na cabeça de Pedro, ficava sem palavra com os detalhes que Rosa descrevia. Segundo o seu relato o agressor foi levado à delegacia, mas sem a menor explicação foi liberado. Meu amigo não entendia como que poderia um meliante que preso em fragrante delito poderia ser souto e como que um delegado daria tal ordem sabendo que isso traria um risco a vida da vitima. Era uma historia muito encabulada e parecia não ter nexo, mas Pedro não questionou em nenhum minuto, pois quem era ele para julgar alguém. Logo alegando dores Rosa disse que precisava descer do ônibus e que precisaria desliga. Pedro então prometeu que a noite quando estivesse no serviço tornaria a ligar.

Seu amigo assim que soube do assunto desconfiou de que era alguém lhe fazendo de idiota, então o aconselhou dizendo:

– Pedro tenha cuidado, pois pode ser alguém da cadeia ligando pra te fazer de idiota ou aplicar um golpe. Como eu havia dito antes, há muito detento que utilizam o bate-papo.

Daniel estava coberto de razão, pois o sistema carcerário do país na época era escasso e celulares na cadeia era algo que aos poucos tornava-se normal. Pensava consigo mesmo: Por que alguém iria querer-lhe aplicar um golpe? Sendo ele um negro de origem humilde não havia nexo e se fosse uma brincadeira, seria de muito mau gosto, pois ele estava mesmo triste com ocorrido.

A noite no trabalho ligou para saber como estava à amiga. Ao atende-lo a voz de Rosa parecia ainda mais distante e pouco conversava, quando falava algo já pausava alegando dor. Os gemidos ecoavam nos ouvidos de seu amigo e sentia a triste na voz tremula de rosa dizendo que não estava em condições de falar mais nada.

Da próxima vez que ligou quem atendeu foi uma voz idêntica a de Rosa, mas era  sua irmã chamada Raiane. Rosa uma vez havia dito que a voz, a rizada e o choro delas eram idênticos, mas que na aparecia era diferente. A Rosa já havia contado  que tinha seis irmãos, sendo dois homens e quatro mulheres. Raiane informou que sua irmã passara por uma cirurgia para retira o útero e que o que mais temia se concretizou agora ela era estéreo.

Falou que sua irmã estava sedada, mas que assim que acordasse iria querer falar com ele. Segundo Raiane ela chamava por Pedro em sono e que sempre que acordava perguntava logo se ele havia liga. Contou também um fato muito cruel que ocorrera naquela data:

– Hoje quando sai do quarto um instante, quando volto esta o pai de Roberto enforcando minha irmã deitada na cama de hospital, queria saber dela onde estava seu filho.

Nossa fiquei impressionado como pode alguém entra num hospital enforcar uma mulher e depois sair ileso. Raiane com uma respiração bem profunda, era como se ainda estivesse furiosa disse:

 – Pedro se você não quiser mais falar com ela agente vai entender, mas espera só um pouquinho, a deixa ficar melhor. Minha irmã já passou pelo muita coisas na vida, já foi estuprada, casou e logo o marido faleceu vitima de um assalto, perdeu um bebê e agora isso. Pedro eu peço em nome de toda a família que não abandone nessa hora tão difícil.

Na conversa Raiane revelara certos fatos omitidos por Rosa. Aquela era uma vida cheia de desgraças, como pode alguém passar por tudo aquilo. Pedro sentiu-se constrangido com tudo, mas foi solidário dizendo:

– Antes de qualquer coisa somos amigo, vamos continuar nossa amizade do mesma forma que estava. Deus vai dar força a todos vocês para superarem isso.

Raiane o agradeceu dizendo que sua irmã não havia mentido quando disse que ele era um homem muito educado. Meu amigo ficou muito surpreso com os fatos relatados pela irmã de Rosa, sentia-se culpado pelos ocorridos, queria de algum modo ajudar, mesmo que distante.

Pedro não conseguia expor o assunto a  Astrogilda, pensava que talvez não tivesse a capacidade de entende-lo, poderia imaginar que na verdade eles teriam um caso. Então resolveu continuar a omitir os fatos de sua amada.

Todo dia a noite ligava pra Rosa, que não se mostrava bem deprimida devido a cirurgia de retirada do útero, pois seu sonho era ter um bebê. Em uma dessas ligações quis saber o que sua irmã havia conversado com ele. Pedro apenas contou que sabia que era viúva do seu primeiro casamento e a tragédia que ocorrera. Rosa perdeu o chão, falou que aguardava o momento certo pra lhe contar, mas que isso não cabia a sua irmã contar. Mesmo assim entrou em detalhes quanto à morte do seu marido e como ocorreu a tragédia. Segundo ela seu marido era um cardiologista, haviam casado há oito meses, certo dia enquanto saia do apartamento onde moravam foram abordado por um meliante que exigia o carro. Segundo ela quando seu marido se inclinou para retirar o cinto de segurança o meliante atirou sem dó nem piedade. O disparo lhe atingiu sua nunca e veio a entra em óbito na hora, o mesmo projete ainda teve tempo de pegar de raspão Rosa, que o acompanhava no banco do passageiro. A tristeza era contagiante e qualquer um que escuta essa historia, por mais duro que seja seu coração não deixa de demonstra alguma comoção o triste fato relatado por Rosa. A tristeza de Rosa por não poder mais realizar um sonho era enorme, diversas vezes chorava ao telefone. Pedro tentava acalma-la mais não conseguia. Ela dizia que ia morrer e que sentia isso, qual era o homem que iria querer uma mulher estéreo? Realmente alguns homens tem esse tipo de preconceito, mas ele não podia ver as coisas dessa forma, tinha que dar forças a amiga.

As mensagens que Pedro mandava durante as manhãs e a noites começaram tomar uma característica de namoro adolescente. Mandava varias fotos suas e junto de sua irmãzinha que Rosa era doida pra conhecer. Pedro deixava claro em seus escritos que estava esperando Rosa do lado de fora e que se ela quisesse ela estaria ali à segura sua mão. Sabia que ela não queria isso e que ela sentia se feia e não o veria naquele estado, mas começou a anima-la aos pouco pra que não fizesse alguma besteira. Começava-se ali um carinho imenso qual só crescia a cada dia, caprichava nas mensagens a ponto de sua amiga ligar chorando e agradecendo por tudo. Quando dizia que se sentia culpado, mas Rosa logo o repelia dizendo que não devia sentir-se assim, pois a única culpada da historia era sua prima, a quem criou um ódio mortal. Não era algo que se apagava do nada, pois aquela surra era destinada a ele e tendo impossibilidade de recebê-la, foi Rosa quem a levou. Alguns dias após de ter feito a operação para retirada do útero rosa exige que a levem de volta pra casa e que não queria ficar naquele hospital.

Rosa parecia estar melhor, sua voz estava de novo grave como quando se conheceram, mas ainda queixava-se de pontada no peito e nas costas. Dizia ela que estava ótima só de não esta naquele hospital. Numa madrugada do mês de janeiro do ano de dois mil e três, estava Pedro lá do seu trabalho na biblioteca municipal de São Paulo conversando com sua amiga. Rosa contava do estagio que fez no Hospital das Clinica quando ainda era estudante de medicina, detalhadamente descrevia como que era o convívio com as crianças com câncer. Pedro disfarçou o choro quando ela contava que o câncer ia comendo partes do corpo das crianças e ela como medica tinha que dizer que papai do céu iria fazê-lo crescer novamente. Como que uma pessoa teria coragem de dar tal esperança? Aqui relatando e imaginando a cena não consigo esconder tamanha tristeza, imagina a Rosa que tinha que vivenciara aquele drama. Em meio à conversa, quando estava contando da vez que uma criança havia morrido em seus braços, como num soluço Rosa dá um grito de dor que estremece todo o corpo de Pedro. Disse ela que tinha que desligar e não terminou o caso que vinha contando. Após aquilo varias vezes tentou ligar, mas sempre caia na caixa postal, sendo assim resolveu ficar só nas mensagens.

A vida de Pedro resumia em trabalhar, falar com Rosa e depois dormir. Ficou muito abatido com que ocorrera e sentia-se impotente diante da situação. Certa vez lhe enviou uma foto acompanhada por uma mensagem linda. Logo retornaram a ligação, mas dessa vez não era sua amiga e sim sua irmã. Segundo Rosa seus irmãos tinha o nome que iniciava com a letra R, sendo Raquel, Rosana, Ruy, Rubens e a Raiana, com quem Pedro havia conversado há alguns dias. Dessa vez quem ligara era a Raquel para informar que sua irmã estava em coma. Agradece-lhe pelas mensagens lindas e pela força que estava dando para irmã naquela hora de dificuldade. O mais incrível é que as vozes não eram só parecidas, mas idênticas, qualquer um se confundia. Tanto que Pedro atendeu-a chamando de amore e depois ficou sem graça em saber que não se tratava de sua amiga. Raquel dizia que o organismo de sua irmã não aceitava os remédios aplicados pelos médicos e que seu coração estava inchando.  Aquilo foi como uma facada no coração do meu amigo sabia o que ocorre com as pessoas que tem esse problema e não queria que a amiga ficasse na fila de transplante. Raquel também falou que Roberto, o agressor já havia tido o que merecia, Pedro imaginou um monte de coisa, mas não quis perguntar, pois não era de sua conta. A você aluno amigo, levando em conta nossa amizade de apenas dez minutos, informo o que ocorreu com o agressor foi pior do que Rosa estava passando e que dali por diante não teria mais como agredir nenhuma mulher. Isso é Justiça? Não sei, a única coisa que sei é que num pais sem dentes é feliz quem come o outro. Meu amigo não sentiu pena do fim que tomou o meliante agressor, muito menos quis saber o que ocasionou tal fim. Só digo que assim como vocês imaginando agora, Pedro também imaginou quando soube.

Raquel também deu certos detalhes da vida da irmã que fez com que rodasse um filme de terror na cabeça do meu amigo e se questionar o porquê que Deus o deixou cair de paraquedas naquela historia. Rosa parecia aos olhos do meu amigo uma caixinha de surpresa e por mais que Daniel tentasse fazer ele quebra o chip do celular e não ligasse mais, não tinha coragem, tinha que saber até onde iria aquilo.

Pedro estava muito encabulado com aquela historia, mas só veio falar com amiga dois dias depois. Quando voltou a se Rosa disse que enquanto dormia sentiu que um dos médicos havia entrado no quarto enquanto sua mãe não estava e havia pegado em seus seios. A verdade é que pra prova isso era algo muito difícil, já que no estado que estava o medico podia alegar que ela estava tendo alucinações. Pedro queria algumas resposta as curiosidades que trazia consigo, disse-lhe tudo que suas irmãs haviam contado e algumas coisas o estava intrigando. Rosa então contou sua historia detalhadamente ao meu amigo. E assim meus caros que faço aqui um pequeno resumo da vida de Rosa, a onde o filme de terror cada vez mais ficava sombrio na mente do meu amigo e ficara na de vocês:

Rosa era a caçula de seis filhos de Margarete, na gestação houve vários probleminhas que não foram maiores dos que vieram depois de seu nascimento. Foi uma criança muito delicada desde muito novinha, contava com alergia a vários tipos de tecidos e suas roupas quase sempre eram leves. Ao cinco anos, haviam dois pedreiros trabalhando na reforma da casa de Margarete. Certa hora Margarete teve que se retira por alguns minutos para ir ao mercado e ela ficando sozinha com os monstros que abusaram sexualmente de Rosa. Aos quinze anos durante sua festa de aniversario, colegas de escola com inveja de sua elegância e beleza, colocaram veneno em sua bebida deixando-a em coma. Também aos quinze anos quando vinha da escola, numa dia chuva foi parada por um camburão da policia, que a puxaram pra dentro e o fato ocorrido aos cinco anos se repete aos quinze, mas dessa vez por pessoas que tinha a obrigação de protegê-la. O drama vivido por Rosa e detalhado por ela na conversa e era convertido em cenas aterrorizantes na cabeça do meu amigo. Piorou quando disse que ficou gravida em consequência do ato, mas que contrario da família não queria abortar o neném concebido no estrupo. Lutou de diversas formas para ficar com seu filho, mas a idade não permitia que tomasse essa decisão. Feito o aborto Rosa então adiou seu sonho de ser mãe. Não pense você que acabava por ai, aos dezessete anos foi sequestrado enquanto vinha da casa de uma amiga que estava doente. Passou vinte dias em cárcere privado, sem o mínimo de higiene para seu corpo e suas necessidades no cativeiro onde se encontrava. O drama se estendeu até que seu irmão mais velho pode pagar o resgate, que não foi barato. Casou com dezenove anos, seu marido era um cardiologista chamado Paulo com quem namorava há três meses, que a ela prometera cuidar do coração para o resto de suas vidas. No oitavo mês de casados houve um assalto o meliante pede que saiam do carro e lhe entregue a chave, mas no momento em que retirava o cinto de segurança para saírem do carro o meliante atirou. O disparo varou a nunca do Dr. Paulo que veio a óbito no mesmo instante, o mesmo projete passou de raspão na testa de Rosa. Rosa ficou em coma, mas não pelo disparo e sim por ver seu grande amor se contorcer ao levar o tiro. Aos vinte anos numa festa foi cantada por um rapaz, que sabendo estava acompanhado deu-lhe um fora. Sua companheira veio tomar satisfações com Rosa alegando que ela quem teria cantado seu namorado e no calor da discussão tirou da bolsa um canivete e feriu Rosa em um dos seios. O ultimo e mais recente, que inclusive contei aqui muito logo no inicio do texto. Esse fato acontece na praia, Rosa conhecer um homem chamado Juliano, contava com seus trinta e cinco anos e rosa, ainda novinha, com apenas vinte e dois. Foi uma paixão a moda antiga, um romance vivido a beira mar, paixão essa que cominou na tão sonhada gravides de Rosa. Juliano não estava tão animado em ser pai pela primeira vez, acreditava que aquilo lhe custaria a liberdade de solteiro. Não fizeram planos para depois do nascimento da criança, apenas deixa rolar. Rosa fazia o pré-natal corretamente e sem falhas nas consultas. Quando num dia ensolarado e estava ela a tomar banho de sol, es que encima de ti surge uma cobra coral, de escama áspera e grudenta. No impulso Rosa aos gritos a lançou ao alto, mas novamente retornou encima de ti e sucessivamente até que viu uma menina de cinco anos a rir ao seu lado. Nesse momento Rosa já tinha notado também que suas pernas já estavam lavadas de sangue e o que naquele momento se imaginou, concluiu-se com o diagnostico medico que comprovava a perda do bebe. Para Juliano foi uma solução, mas para Rosa era mais trauma que carregaria na sua vida de tragédia.

Ela não brincou quando disse que sua historia daria um livro de varias paginas, Pedro ficou de boca aberta com os relatos da amiga. O que dizer pra alguém que vem sofrendo desde quando colocou a cara no mundo? Como enxergar as coisas ao seu modo? Era esses o questionamento de Pedro.

Toda vez em que falava com a amiga sempre sabia uma coisa nova, dessa vez era a sua mãe que havia flagrado o medico a mexer nos teus seios em quanto dormia. Rosa estava revolta enquanto dizia, como medica via aquilo como um grande absurdo. Segundo ela seu irmão agrediu o medico, a policia foi chamada e o medico foi suspenso. Falo também que estava com muita dor de cabeça e que haveria possibilidade de passar por uma cirurgia caso houvesse um coagulo na sua cabeça. Rosa não era uma paciente comum, ela era medica e sabia que seu estado não era bom, mas aos poucos Pedro ia lhe animando, faziam planos de ir viajar juntos quando Rosa melhorasse. Pra ele não era simplesmente desligar o telefone e não atender mais, se ela morresse em consequência de sua rejeição não iria se perdoar.  Sendo assim agia como se fosse seu namoradinho distante, alguém que estava ali para o que der e vier. Ele tinha um carinho enorme por Rosa e ela era muito especial em sua vida, mas Astrogilda era a dona do seu coração e isso ele não podia esquecer.

Falando em Astrogilda, numa ligação disse que Pedro estava muito diferente com ela e se estivesse acontecendo algo queria que ela lhe contasse e não deixasse descobrir. Pedro estava mesmo diferente e não era só com ela, estava passando por algo ainda inédito em sua vida, queria ajudar uma pessoa e não podia. Mesmo assim omitiu os fatos ao seu amor, mas prometeu contar tudo assim que pudesse.

Nos dias seguintes quem atendia as ligações de Pedro eram sempre as irmãs, ele não sabia distinguir quem era quem, só a voz de Rosa que devido à enfermidade era menos grave. Sua irmã dizia que Rosa em sono profundo gemia e gritava seu nome, mas ao contrario dos outros homens Pedro ficava constrangido com tal informação. A Rosana ainda disse que estavam recebendo muitas ameaças e que tinha muito medo da família do agressor viesse buscar vingança. O fato é que foi dito e feio. No dia seguinte quando Pedro ligou para Rosa, outra vez sua irmã foi quem atendeu e quase chorando disse:

– Olha Pedro isso esta parecendo um pesadelo, não tenho noticia boa pra te dar.

Na hora o coração do meu amigo quase sai pela boca, pois desejava muito a recuperação da amiga. Não queria que morresse vitima de tamanha injustiça. Contudo em meio ao silencio de Pedro, Rosana seguiu dizendo:

– Ontem à noite foi até o hospital o Hugo, irmão do crápula que bateu na minha irmã, trouxe mais quatro amigos e uma mulher. Portavam armas de fogo equipadas com silenciadores, deram um tiro no ombro da minha irmã Raiane e no abdômen do meu irmão Rubens. Nossa até na minha mãe apanhou nessa historia, estavam todos muito drogados. Agora a Raiane esta com o braço engessado e meu irmão passou por cirurgia para tira a bala.

Claro que eu também custo a entender, mas com base no que disse meu amigo vou tentar explicar. A Rosa encantou os homens daquela família de tal forma que brigavam por sua causa e quando viu seu irmão morto, passou a querer vingança. O fato é que o ordinário encima de Rosa, só parou de mordê-la quando a policia chegou e os levou para delegacia. Pedro cada vez se impressionava com aquela historia, não era normal aquilo que estava acontecendo com sua amiga e ao indagar sobe seu estado teve outra surpresa:

– Hugo a mordeu inteira, ficou cheia de marca de mordidas e de enforcamento. Minha irmã não esta bem não, agora ela se encontra dormindo, mas quando acorda não fala com ninguém, fica apenas com os olhos bem abertos, chora e às vezes frange a testa com algo que falamos.

A historia estava cada vez mais perigosa, haviam pessoas sendo espancadas e outras levando tiros era algo que meu amigo jamais imaginaria. Pensava seriamente em não entra mais em contato, mas combinou Rosana de ligar nos dia seguinte para falar algo no telefone e que colocaria no ouvido de Rosa pra ver se ela reagia.

Pedro passou um bom tempo estudando o que iria dizer e como poderia anima-la de alguma forma. Fato e que pensou e pensou, mas não preparou nada para falar a amiga. No dia seguinte como combinado Pedro ligou e ao telefone espontaneamente disse:

 – Você é uma pessoa maravilhosa, nunca conheci ninguém assim, metade das mulheres que conheço se houvessem passado por tamanho mau já teriam com certeza amarrado uma corda no teto e enforta-se. Sua família precisa de você amorzinho, seu pacientes também, mas principalmente eu preciso de você.

Pedro foi ótimo em seu discurso, fez Rosa se acabar em lagrimas e segundo sua irmã deu sinais de um sorriso. Pedro não estava sendo totalmente sincero com a amiga, seu plano era assim que ela melhorasse iria afasta-se de sua vida ou lhe contaria a respeito de Astrogilda. Não que estivesse com medo do que estava havendo, nem por que rosa havia passado por todos aqueles pesadelos, mas por respeito à Astrogilda. Pedro não se sentia bem com aquilo, omitia algo desse porte a sua amada e por esta iludindo uma pessoa aquém criou grande carinho.

Daniel sentia-se culpado de tudo, pois havia passado lhe aquele chat, mas é claro que era pra ele descontrair e não pra tal estremo. Os dois conversavam muito sobre o assunto e Pedro deixava claro que quem quis entra foi ele e que apenas ele era o responsável. O amigo aconselhava-o para não se envolver demais, pois se essa moça morresse iria marca sua vida.

Certa vez em que Pedro estava no serviço desfrutando da internet  wi-fi do local, recebe a ligação de Rosa que alegre disse:

– Boa noite amor!

Claro sua voz estava alegre e bem grave como de quando se conheceram, ao se indagada se estava bem, ela lhe disse:

 – Nossa amor, estou ótima, estou na casa da minha mãe. Hoje fiz tudo que tinha que fazer, sai de carro e ande ai pro lado que você mora pra ver se esbarrava em você.

Pedro então respondeu dizendo que isso era impossível, já que dormiu o dia inteiro. Uma coisa era certa ela estava melhor mesmo e parecia esta curada definitivamente. Mas ela dizia que sua apareça estava horrível, muito magra e que tinha perdido uns vinte quilos e envelhecido uns dez anos em um mês. Para os amigos e pacientes ela havia sido atropelada e que estava se recuperando. Disse também que o Hugo, irmão do agressor havia aparecido e perseguiu-a de carro chegando até a provocar uma colisão. Falou que seu irmão havia ido para Alemanha buscar um remédio que só era fabricado lá e estava aguardando o retorno dele, pois segundo ela seu coração estava inchado e empurrava seu estomago afetando sua alimentação, tanto que havia dia que ela não comia nada.

Falaram até varias horas da madrugada, sem queixar de dores como de costume, mas no dia seguinte já era o contrario. Rosa dizia que era normal uma pessoa doente antes de falecer receber a visita da saúde, onde fica o dia inteiro bem, mas falece no dia seguinte. Aquela noite Rosa desligou já próximo das cinco da manha, dizia ela que tinha que tomar banho, pois o calor a estava matando.

Voltaram a se fala logo mais a tarde, Rosa ainda estava muito bem, mas sentia um pouco de dores. As dores aos pouco ia voltando até chegar a hora que ficava insuportável aponto dela pedir a morte aos gritos. Na hora que começava a dor a respiração de Rosa ficava profunda e se segurava pra não gritar, mas Pedro tentava continuar conversando para que sua amiga esquecesse a dor, mas na maioria das vezes a solução era desligar o celular, pois as dores não os deixavam conversar.

Contudo o Rubens naquela data havia retornava com o remédio que seria a solução para as dores de Rosa. No dia seguinte foi aplicação da primeira dose, mas Rosa sofreu uma parada cardíaca na hora, mesmo sendo uma dose mínima, fizeram varias massagem cardíaca e conseguiram traze-la de volta. Às quinze horas daquele mesmo dia tentaram de novo, mas o fato se repetiu tendo outra parada cardíaca e dessa vez foi feito um choque para ressuscita-la. Após isso seu irmão não deixou que o fato se repetisse a dose, pois sabia que Rosa não aguentaria passar por aquilo de novo. Voltava novamente ao coma e agora num estado ainda pior. Sua mãe também não estava muito bem, quando viu aquela linha contínua demonstrando que o coração de sua filha havia parado no momento Margarete desmalhou e teve os devidos atendimentos médicos. Vendo que o estado de sua irmã não melhorava e que seu sistema não ajudava, decidiu então ir até a Alemanha buscar os médicos que julgava ele experiente, já que não teve a autorização de leva-la consigo. Rosa agora em coma e todos aguardava os medico que seu irmão fora buscar na Alemanha, depositando neles as ultimas ficha para salvar a vida de sua irmã.

Pedro ficou sabendo disso atreves da boca de Rosana, que chorando dava detalhes de ocorrido, disse também que Hugo havia colidido em seu carro propositalmente e em hora e hora chegavam novas ameaças nos celulares, como nas ligações.

Ficou dois dias sem falar com Rosa, sempre que ligava era suas irmãs quem atendia e conversavam bastante, geralmente contava fato que ainda não conhecia. Certa manhã ligou para Rosa, com um voz bem leve atendeu aparentando esta muito contente com a ligação de Pedro. Era uma manha ensolarada, passava das dez da manha, aproximava-se do mês de fevereiro e sua amiga não apresentava muita melhoras. Conversaram bastante, deram risada juntos e aos poucos Pedro a fazia esquecer-se da dor, como já dizia Daniel, seu amigo travava uma luta conta seu próprio sono e outra contra as dores de Rosa. Naquela manhã Rosa contava que certa vez numa fazenda iria aprender monta cavalo, diz ela que um dos cavalos veio em sua direção correndo e a jogou ao chão, mas que só foi parado quando levou um tiro de rifle de seu dono. O inusitado é que depois ela o disse que tudo ocorreu devido esta no período de sua menstruação e o animal sentiu o cheiro e excitado veio em sua direção. Cavalinho safado esse, bom essa historia os fizeram rir bastante, ouve mais algumas e tiveram assunto para amanhã toda, mas rosa não deixava de queixar-se da dor que sentia. Houve um momento em que Rosa para a conversa e diz que esta escorrendo sangue de seu nariz, mas de repente a ligação cai. A preocupação de Pedro se intensifica, retornou a ligação varias vezes, mas não obteve sucesso. Vendo que se insistisse poderia atrapalha nos atendimentos, deixou para ligar noutro horário.

Ligou varias vezes a noite durante seu trabalho, mas só dava caixa postal. Rosa veio te ligar só no pela manhã, já bem abatida dizia que iria morrer e que não via sua mãe desde a véspera daquela linda manhã. Pedia pra que Pedro fosse vê-la e que estava só, suas irmãs haviam sumido, junto com sua mãe. Pedro disse que naquele dia não iria poder, pois trabalharia a noite, mas como no dia seguinte além de ser sábado era sua folga poderia ir vê-la durante a manhã. Pedro a acalmava, mas sua preocupação se resumia a sua mãe, pois sabia que não passava muito bem, mas durante a conversa Rosa diz que vê sua irmã passar no corredor chorando num desespero só e que teria que desligar para ir atrás dela e descobrir o que estava havendo. Rosa estava muito debilitada e não conseguia nem tomar banho sozinho, imagina correr, sendo assim Pedro ficou morrendo de preocupação. Pedro dormiu um sono profundo e foi acordado pelo som do seu celular que se esquecera de deixar no silencioso. A ligação era a Rosana que vinha avisar que sua mãe havia falecido e que a Rosa estava sedada, os médicos alemãs já havia chego e que Rubens, seu irmão mais velho, instalaria uma UTI em sua casa e a levaria. Rosana pediu pelo amor de Deus que Pedro não comentasse nada com Rosa a respeito de sua mãe, embora ela fosse fazer de tudo para saber, mas que aquela noticia a mataria em imediato. Pedro fez a promessa de não dizer nada a amiga, mas que iria ser horrível ter que passar por aquilo. Rosa dizia que não sabia com que o seu irmão trabalhava, apenas imaginava, uma coisa é certa se ele ganhasse pouco não conseguiria pagar tudo aquilo. Margarete faleceu aos sessenta e três anos, segundos os relatos de Rosa sua mãe era muito vaidosa e não aparentava ter sua idade. 

Na manha seguinte não houve encontro, mas Pedro falou com Rosa, já com uma voz muito mais roca que da ultima vez. Rosa indagou logo de inicio da sua conversa:

– Pedro, meu amor, você é uma pessoa maravilhosa e merece alguém do seu lado. Gosto muito de você, digo que guardo você em minha alma, pois no coração acaba com a morte, mas na alma te levo para onde for.

Pedro ficava silencio ouvindo a declarações da amiga, pensando no que ia dizer quando falasse sobre Margarete. Ate que então essa hora chegou com a seguinte pergunta:

– por isso não quero que você minta, pra mim. A Rosana te disse alguma coisa sobre a minha mãe ontem pra você?

Na mesma hora os olhos do meu amigo se encheram de lagrimas e o remorso calava seus lábios, contudo Rosa tornou a repetir a pergunta e foi então que Pedro conseguiu folego para respondê-la:

– Ela disse-me que sua mãe esta UTI e que uma das suas irmãs esta com ela.

Meu amigo ficou abalado com o feito nunca penso em passar por uma situação desse porte e imaginava como seria para os irmãos omitir um fato desse cara a cara com ela. Contudo Rosa continuou a pressionar meu amigo a parede:

– Ai amor eu quero minha mãezinha aqui comigo, estou com saudade dela. Nossa esta todo mundo estranho, hoje chegou uns familiares de minas gerais aqui, a tempos não os víamos. O meu irmão anda muito abatido, das minhas irmãs só tenho visto a Rosana, que diz esta com conjuntivite. Promete pra mim que se souber de algo você vai falar pra mim?

Como fazer uma promessa dessas, imagina se essa moça morre no momento em que Pedro lhe fizesse essa confissão, o que diria a sua irmã? Uma promessa a mais ou outra a menos não faria diferença ao meu amigo, já que havia prometia sua irmã que não contaria nada:

 – Prometo sim gata, mas fica a calma que sua mãe esta bem. Da próxima vez que falar com sua irmã a questionarei no intuito de apurar algo e lhe direi depois.

A tristeza era enorme, aquela conversa parecia não ter fim, ele não via a hora de mudar de assunto, pois não cabia a Pedro revelar a Rosa que sua Mãe havia tido um infarto fulminante no momento que a viu sangrar pelas vias áreas. Sua mãe sofria de preção alto e não podia passar por momentos de muita tensão, tanto que não estava passando muito bem desde quando sua filha teve as duas paradas cardíacas e aquele susto foi demais para o seu coração de Margarete.

Naquela mesma data Pedro falou com Rosana, que dizia que os médicos alemães não conseguiam entender como ela estava resistindo tudo aquilo, pois seu coração estava enorme. Da forma em que estava era ela deitar na cama do hospital para um transplante ela iria morrer, mas que também do jeito que estava se durasse no máximo seria mais uns três dias.

À noite voltaram a se falar, mas dessa vez Rosa estava mais triste, dizia que queria sua mãe e que se tivesse acontecido algo com sua mãe seria seu fim. Falou também que as ameaças eram constantes em torno do dia, em ligações e por mensagens no celular. Ao questionar do por que as autoridades não se manifestavam diante dessa situação. Rosa então dizia que seu irmão temia em expor à família a mídia e acabar com sua carreira medica. Varias vezes chorou e implorou a Pedro que se soubesse de algo que, por favor contasse e que não era justo continuar sem saber. Nas conversas dizia que sentia que sua morte estava se aproximando, mas Pedro vindo de família católica dizia que Deus era o médico dos médicos e que não iria deixa-la naquele momento tão difícil. Mas já dizia ela que os alemãs já haviam ido embora e que ninguém lhe disse, mas sabia que ele a tinham desenganado. As dores de Rosa iam e voltava, mas Pedro ficava com a impressão de que quando estavam conversando as dores só aumentavam, mas ela dizia que era o contrario. A conversa se estendeu durante a madrugada e só terminou às quatro da manhã quando o sono já não deixava Rosa falar, naquela noite as dor haviam dado uma trégua aos dois amigos. Para Rosa Pedro era seu namoradinho, para família ele era seu remedinho, como já dizia sua mãe. Pedro só pensava em sua recuperação e que depois pensaria em uma maneira de dizer que sempre foi um homem comprometido ou sairia da mesma forma que entrou, mas isso uns três ou quatro meses depois.

Na tarde seguinte Rosa o acordou numa ligação, já com sua voz grave e firme dizendo:

– Pronto Pedro, agora sei que vou morrer, que minha mãezinha já foi e que agora só falta eu.

Pedro ficou surpreso e queria saber quem foi o desalmado que cometeu essa loucura. Rosa estava falando de uma forma diferente, estava mais autoritária e contando oque havia feito Pedro viu que não havia algo errado:

– Meu irmão havia contratado duas enfermeiras pra ficar aqui comigo. Ofereci quinze mil reais a uma das enfermeiras para que me disse o que estava havendo com a minha pessoa. Dei-lhe a senha e o cartão, liguei para o meu gerente e pedi que liberasse o dinheiro.

Pedro disse que foi uma atitude muito egoísta da parte dela e que não deveria fazer isso com as pessoas, pois sua família fez isso para o seu próprio bem e que quisesse mesmo se ficar bem deveria apegar-se a deus, pois ele era a única salvação. Rosa estava transtornada, não dizia palavras que para Pedro eram novas, pelo menos de sua boca:

 – Pedro você acha certo eu morrer sem saber o que ouve com minha mãe? Meu irmão falou um monte pra mim, discutimos bastante e ele demitiu a enfermeira e lhe tomou o dinheiro. Já parei com os remédios que acabou comigo, estou com dores, mas as dores não são maiores que a dor que sinto da perda da minha mãezinha.

Sentia seu gemido a cada fim de frases, contudo Pedro sentia que a sua obrigação era fazer com que tomasse gosto pela vida novamente:

– Olha gata você tem toda a vida pela frente, não pode ficar desse jeito. Dobra os joelhos e pede a deus mais uma chance e ele te ouvira o seu clamor, quantos casos de curas que deixam a ciência de boca aberta. Você tem que querer lutar e acreditar até o ultimo minuto.

Meu amigo ele sabia motiva as pessoas, dono de um grande coração e acreditava na recuperação da amiga, mas Pedro não sabia o que estava por vir. Rosa ainda gemendo de dor surpreendeu meu amigo com uma frase que ele nunca imaginou ouvir:

– Pedro eu queria acreditar, mas eu não consigo. Eu já disse eu estou morrendo, não há mais solução, só quero agora fazer tudo que ainda dê tempo e fazer amor com você é uma delas.

Pedro ficou espantado com o que acabara de ocorrer, mas ao mesmo tempo tentava ver as coisas do ponto de vista da amiga. Contudo a amiga insistia dizendo:

– Amor você me dá esse ultimo presente antes da minha partida?

Pedro não sabia o que iria dizer a sua amada depois que cometesse um ato daquela gravidade, mesmo com todo o seu amor ela não o perdoaria. Mesmo assim ainda surpreso com a proposta de Rosa respondeu:

– Você ficou maluca.

Rosa então respondeu que ele estava agindo como os irmãos que estavam dizendo que estava maluca e desligou o telefone. Não reconhecia a amiga, naquele instante a queria ver bem e pensando em seu futuro, mas não agindo como se a morte fosse fato consumado. Penso bem e retornou a ligação para tentar conversa com Rosa novamente, falou que poderiam se ver sim, mas que fazer sexo com ela não era o certo a fazer, pois isso envolvia mais que o próprio quer.  O clima ficou melhor quando Pedro assim falou:

– Você sabe que se você morrer encima de mim no ato sexual seu irmão me mata, né?

Rosa então sorriu dizendo que sabia e contou que certa vez na época em que cursava medicina uma amiga chama Ana Paula sua saiu com um senhor de setenta anos. Esse senhor prevendo seu inevitável falecimento por consequência das enfermidades e da idade já avançada passou para o nome de Ana Paula algumas de suas propriedades. O fato é que o senhor citado faleceu antes que atingisse seu primeiro orgasmo com Ana Paula, pior, faleceu encima dela devido um enfarte. Rosa então por meio da analogia fez a seguinte proposta:

– Então amor antes de fazermos amor, vamos ao cartório e lhe dou alguns presentes.

Pedro jamais aceitaria se vender, nem ser tão irresponsável a ponto de ir pra cama com Rosa naquele estado. Não foi arrogante e nem grosseiro com amiga, mas as risadas que davam em outrora não se fazia presente mais:

– Não vou aceita isso, de você e nem de ninguém. Somos amigos, se quiser me ver como amigo vera, pois estou disposto a lhe ajudar no que puder, mas já disse que não faço sexo combinado com ninguém, pois pra mim tem que haver um significado e clima.

Rosa ficou silencio por alguns segundos, Pedro também em silencio se enchia de remorso pelas palavras que havia proferido, mas quando pensou em se desculpa Rosa foi mais rápida dizendo:

– Pedro você não merece ouvir isso, me desculpa por tudo amor. Tenho medo de nunca mais ouvir sua voz, você é um homem maravilhoso e sei que vai encontra uma mulher que o mereça. Eu sairei da sua vida da mesma forma que entrei e peço que esqueça tudo isso que aconteceu.

Por mais que dissesse que Astrogilda fosse seu amor aos poucos Rosa ia ocupando um grande espaço em seu coração e não sabia como iria encara-la quando se recuperasse e tivesse que levar a tona que estava mesmo enrolado, como já havia dito quando se falaram pela primeira vez. Pedro então viu que o gemido da amiga só aumentava e disse-lhe:

– Rosa amanhã quando chegar do serviço estrei livre e posso encontra-la onde quiser, mas pra gente conversar e ajuda-la em sua recuperação. Quero lhe dar um abraço e dizer que não esta sozinha nessa jornada.

Rosa chorava muito, não se sabia se devido às dores ou a emoção diante das palavras proferidas pelo meu amigo. Calou-se por alguns segundo, mas logo disse:

 – Pedro eu te amo, você me fez aprender te amar, não se esqueça disso nunca. Vou desligar, pois essa dor esta insuportável, mas vou falar pra Rosana ir junto ao encontro amanhã, porque acho que não vou aguentar dirigir e assim você estará mais seguro.

Pedro queria muito ver a amiga, não se importava que levasse a irmã e a presença dela já evitava alguma loucura, acreditava que poderia ajudar muito se a visse pessoalmente. Despediram-se e com a promessa de se ver no dia seguinte.

No dia seguinte, assim que chegou em casa ligou varias vezes para Rosa, mas o telefone estava na caixa postal. Pedro não dormiu, muito pelo contrario, insistiu muito nas ligações, mas sem sucesso. Começou ler um livro, mas não se concentrava na leitura, tentou jogar videogame, mas não estava concentrado e até na internet entrou e não conseguia achar nada interessante.  Quando sua cabeça estava preste a explodir recebeu uma ligação de Astrogilda, que com saudade ligou para saber se houve algo. Começaram conversar e ai sim a hora passou de pressa e quando menos percebeu já se passava do meio dia. Astrogilda tinha que ir trabalhar e Pedro estava com fome, sendo assim desligaram o telefone e foram fazer o que haviam dito.

Quando Pedro estava almoçando recebeu uma ligação, era Rosa, pelo menos de seu telefone. Deixou a mesa e correu para seu quarto atender. Assim que ouviu a voz ficou muito feliz, mas logo se entristeceu de novo, pois se tratava de novo de Rosana que aos planto disse:

– Pedro o sofrimento acabou. A Rosa teve duas paradas cardíacas, mas na terceira não conseguiram traze-la de volta.

Pedro com os olhos cheios de agua não conseguia falar nada, disse apenas disse:

– Nossa você esta brincando comigo?

Pedro não estava habituado com esse tipo de drama em sua vida, embora tenha perdido a mãe aos três anos, mas na época não entendia muito bem.  Por mais que irmã afirmasse levaria um tempo até que pudesse acreditar que não iria conhecer Rosa pessoalmente, que nunca mais ouviria sua voz. Rosana reafirmou o que havia dito:

 – Pedro eu queria que fosse mesmo, mas a Rosa morreu essa tarde. Gritou muito, chamava muito por você e pela minha mãe, desmalhava e voltava gritando seu nome. Nossa família esta acabada, meu irmão assim que teve a noticia também quase morre e agora se encontra internado. Agradeço a você em nome de todos, agradeço pela força que deu a ela e a todos nos, os médicos disseram que não sabiam como ela aguentou tanto. Ai eu digo  que foi você Pedro, mais uma vez obrigado.

Pedro ficou emocionado com as palavras de Rosana, mas não conseguiu continuar falando e Rosana vendo isso disse que mais a tarde voltaria a ligar. Meu amigo sentiu como se tivesse perdido uma guerra, chorava quando se lembrava dos últimos pedidos da amiga e da impotência que tinha naquela hora.

Na segunda vez que ligou Rosana, já estava mais calma e conseguia falar mais calmamente com Pedro e explicava que sua irmã já estava muito mau e que não tinha mais o que se fazer. Disse que Rosa tinha deixado alguns presentes para ele, mas Pedro disse que queria apenas uma foto da amiga e que a guardaria com o maior carinho. Para Pedro, Rosa era a bela moça dos cabelos longos, magra das coxas grossas, medica cobiçada aonde fosse e foi essa imagem que levava consigo em mente, pois seu pedido de uma foto não foi atendido.

Depois daquele dia quebrou o chip do seu celular para tentar esquecer o ocorrido cumprindo um dos desejos de Rosa, mas como ela havia lhe dito anteriormente que o guardaria em sua alma e não no seu coração, Pedro havia feito o mesmo. Rosa havia mudado pra sempre a jeito de Pedro ver a vida e o rumo que iria a dar a ela.

Naquele ano Pedro não voltou para o curso de engenharia, mas sim, entrou no curso de medicina. Casou-se com a advogada Astrogilda no ano de 2007, mesmo ano que iniciava sua especialização em psiquiatria. Pedro queria conhecer a mente humana, queria ajudar pessoas e mudar historias.

Hoje vejo meu amigo mora no Rio de Janeiro, e pai do de dois filhos, Thiago e Sofia, nos vemos duas vezes por anos, mas nos falamos quase todos os dias.

Sou o professor Daniel Santos e ministro matéria Introdução à Engenharia Civil no curso de Engenharia da Faculdade Nova Amanhecer. Sejam bem vindos a todos vocês e espero que tenha gostado da historia do meu amigo e o único motivo de eu ter-lhes contado isso é que muitos dos que aqui iniciam hoje podem vir a descobrir, mesmo dentro de sala de aula, a vocação para outra área. Digo que isso é mais que o normal e que não se prenda numa obrigatoriedade de conclusão, mas siga seu coração e ele o guiara pelo caminho certo.

Só Queria Ir Embora

Só quero ir embora, Não quero mais ficar aqui... Acho que já passou nossa hora, Com ou sem sofrimento, o adeus há de vir. # Sim, só quero di...