Família

Família é mais que sangue... Sim, é mais que um líquido vermelho, viscoso, que circula nas artérias e veias bombeado pelo coração. Então, o  que sangue tem a ver com família? Família, meus amigos, é mais que um grupo de pessoas semelhante em volta de um perú. Sim, família é mais do que abraço em meio aos fogos de artifício. Mais que isso, a definição de família é maior e mais importante que a espuma do champanhe em meio aos sorrisos de celebração, é mais que abraço, e mais do que beijos e com certeza, é mais do que lágrimas. Vou além, é mais do que as fofocas em fins de tarde, é mais valioso que o PIX em dias de necessidade e, principalmente, é mais importante que o churrasco de última hora. Família é tudo para um homem que honra o seu legado, que sabe da onde veio e tem a certeza para onde vai. E vamos todos para mesmo lugar. Sim, a família é tudo para aquele que não mede esforços para ajudar o seu povo e faz de tudo para vê-lo sorrindo. Sim, família é tudo para aquele que sente a dor e compra a briga mesmo não tendo na ver com história. A família é tudo para aquele que não vê nada demais levar todos no carro, quando o mundo tá cheio de motorista aplicativos. Família é tudo, mas não se resume a apenas ao sangue e agora ficou bem claro.

Viva aos 3.4

O que eu falaria pra você hoje, depois de tanto tempo? Qual seria o meu conselho pra você quando, de um lado havia muito por si viver e, de outro, um mundo que te olhava com descrença. Aí, Luiz, como queria poder falar o quão insignificante era aquela caneca de café diante das loucuras que vida te reservaria, por mais que fosse o mais gostoso dos cafés (café da mamãe), não valia suas lágrimas. Depois de escrever alguns capítulos, passamos a nos orgulhar pelo caminho percorrido e entender a grandeza da história até então escrita. Então, Caro Luiz, eu queria te contar que tudo valeu apena e, mesmo não sendo jogador de futebol, grafiteiro, desenhista, repper ou skatista, todas essas tentativas tiveram o seu valor e te fez crescer muito. Como eu queria ver o seu rosto ao saber como foi... Sim, como foi ser papai mais cedo que o planejado, se apaixonar e fazer loucuras em nome de um amor que nem você mesmo entendia. Queria te contar como a gente quebrou a cara mais de um vez, queria te contar como mundo é cruel e explicar que tirar nota sem estudar deu certo durante a escola, mas é burrice tentar na faculdade. Queria te dizer o quão lindo foi o dia da aprovação no exame da ordem e, principalmente, poder te preparar e fazer você entender o quão duro foi a perda da sua rainha. Sim, Luiz Paulo, esse mundo é muito cruel, mais que isso, cair, levantar e lutar a cada dia pra ser melhor é o seu principal legado. Queria te mostrar que nem todos são amigos e que na hora mais difícil, você vai ter que recomeçar e vai estar totalmente sozinho... Mais que isso, menino lindo, eu queria te mostrar a cara daqueles que duvidaram de você e do quão forte você se tornou. Hoje, Caro Luiz, queria te dizer que chegamos aos 3.4 e a criatividade para escrever um texto continua a mesma, a única diferença é que eu consigo duas ou mais pessoas para lerem o que escrevo. Então, Luiz Paulo, digo-lhe que me orgulho do caminho percorrido e das batalhas travadas, pois não importa se 3.4 ou 5.0, os sonhos jamais serão abandonados e o menino que vive em mim, nesta foto representada por ti,  jamais deixará de viver. Então, bora curtir os parabéns e dizer viva ao 3.4.

Por Luiz Paulo Miranda

Sem Final Feliz

Brincar de amigo é muito complicado,

Um dia colega de classe, noutros de profissão.

Embora perigoso, era bom te-la ali ao lado,

Mesmo com o claro desejo de colorir a relação.

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Mas, com passar do tempo, tudo mudou

E, inevitavelmente, a vi partir.

Acorrentado, noutros braços ela se encontrou,

E caminho diversos passamos a seguir.

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O amor é uma mentira, uma bela ficção,

É sim e eu volto a dizer.

Falam que seguem o coração,

Mentira, estamos em busca meios diversos de prazer.

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Sim, prazer carnal, da luxúria e em busca contentamento,

Da companhia, do paladar, do ofato, de palavras e até de canção.

Nem todo prazer leva a casamento,

As vezes é tóxico, destrói a mente e até o coração.

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Mas tudo ao nosso redor era mais que prazer.

Nosso amor supria tudo e ia além,

Me encontrei inteiramente em você.

Diante dos teus olhos não via mais ninguém.

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Então essa é nossa história,

Sem beijo cinematográfico, sem véu e grinalda, sem final feliz.

Sou apenas um fantasma da memória,

Um ser evitável cujo nome a boca não diz.

Luiz Paulo Miranda 

 

Minhas Crianças

Mais que um legado,

Donos do pouco que deixarei de herança.

Estão sempre do meu lado,

Meus pirraios, minhas crianças.

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Murilo cabeçudo,

Menino dos Zóiudão,

Tira de mim esses olhos graúdos

E faça logo o meu pão....

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Tassila magrela,

Menina do cabelo bagunçado...

Deixa de ser tagarela,

E sente aqui ao meu lado.

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Henrinho meu testudo,

Minha razão de viver.

Vem logo, menino beiço pontudo,

Que vários beijos do papai você vai ter.

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São chatos demais,

Os trinta dias do mês.

Façam o que sempre faz,

Eu não consigo viver sem vocês.

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Luiz Paulo Miranda 

A Cópia de Mim

A cada dia me distancio mais de mim, do que eu era, de alguém que eu curtia ser, daquilo que amava. Aos poucos, além de distanciar-me de mim mesmo, me torno algo estranho e aleatório, alguém que desconheço completamente e que, definitivamente, eu não sei pra onde vai. Sim, eu não sei mais quem eu sou. Não há propósito, como se fosse cópias e que tudo fosse por impulso... Senão cópia, talvez reflexo daqueles que vieram antes de mim. O fato é que eu não sou mais eu, sou apenas uma cópia, condenado a comer três vez ao dia e cagar umas duas ou três, envelhecer ano após ano, trabalhar, comprar, vender, ganhar e perder dinheiro, talvez casar, criar filhos e depois, há há ha, morrer. Isso mesmo, morrer como um mero coadjuvante, seguindo o bando e cumprindo as ordens. Sim, meu caro, como todas as outras cópias antes de mim. Eu não me reconheço, talvez tenha sofrido atualização ou, sendo mais franco, talvez seja eu apenas um idiota com crise existencial, o qual, muito covarde, se entregar aos versos ao invés dos narcóticos. O louco que um dia fui teria náusea se visse o tamanho da sanidade que tens me acorrentado. Sempre que paro pra pensar nisso ideias malucas me vem a mente, não de puxar o plug da existência e libertar-me de me mesmo, não... Definitivamente não, não seria tão covarde... Me refiro a coisas malucas mesmo, sabe... Tipo o Mufasa encima daquela pedra com o Simba falando do ciclo da vida e coisa e tal, tudo que tinham, que era do bisavô, passou para o avô, que agora era dele e que um dia seria do Simba... Poh mano, ali fica claro a porra toda, sabe tudo que estou dizendo, somos tudo cópia, inclusive, o Simba, a única diferença é que a fórmula social é aquele ciclo maldito que nunca para. Já no nosso caso, é a felicidade... Estamos em constante busca por felicidade, em busca por prazer, por saciar desejos que nunca acabam. É o nosso ciclo, por outro lado, é a saciação de desejos, é uma busca incansável por felicidade e por prazer. Eu que me julgava alheio a tudo isso, não me reconheço mais e me vejo inteiramente domesticado, com uma baita coleira no pescoço, enjaulado e, por mais incrível que pareça, mais um peão nesse nessa porra de tabuleiro.

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Por Luiz Paulo Miranda 

O Tempo Dirá

O tempo vai dizer,

Não que estou com a razão,

E muito menos que ela esteja com você,

Mas que, bem mais que amor, faltou compreensão.

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Então, o tempo nos dirá, 

Mostrará que ninguém é perfeito,

E que todo começo tende a terminar,

Mas que nem sempre tá certo aquele que faz direito,

Isso tudo, o tempo nos dirá...

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Dirá que a vida é bela,

Mas que, nada tem, aquele que dela espera.

Dirá que nascem Doutore no seio da favela,

E que quem sonha e luta com fé sempre se supera.

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Então o tempo a todos nós irá dizer,

Dirá que ter razão não é melhor do que ter paz,

Que não precisamos de muito para viver,

Pois, tendo saúde, o resto corremos atrás.

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Por Luiz Paulo Miranda 

O Poema É...

O poema é um olhar,

Mais que história e além da canção.

O poema é mais que um lugar,

É a presença que nos acelera o coração.

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O poema está em nosso viver,

Nas palavras e em sua emoção.

Também está no nosso morrer,

Quando falta amor que sirva de  inspiração.

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Então o poema não é, ele apenas estar,

E deve ser encontrado.

Sim, o poema não se senta ao sofá,

Ele é um enigma a ser solucionado.

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O poema é nossa loucura,

É o reflexo da paixão mais ardente.

O poema é doença, mas também é a cura,

É tudo aquilo nos toma a mente.

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O poema é tudo aquilo que grita ao coração,

Ele relata, mas não há de ser relatado.

O poema carece de inspiração

Pois, por trás dos versos, há sempre um coração apaixonado.

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Por Luiz Paulo Miranda

O Preconceito

Hoje vamos quebrar preconceitos,
Mostrar o porquê ser de diferentes.
Gritar e impor nosso respeito,
Calando a todos que duvidaram da gente.

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Hoje faremos história,
Tornar pública as marcas das batalhas.
Evidência os dias de lutas e de glória,

Somos guerreiro sempre, seja nos aplausos ou nas vaias.

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Não importa a religião ou a cor,
Todos param no mesmo lugar.
Só quem vive o preconceito, conhece a dor,
Embora muitos se atrevam à julgar.

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Então venha pra cá,

Mostrar para que veio.

Nosso papel é lutar,

A vitória é o fim, mas nossa luta é o meio.

Por Luiz Paulo Miranda

Ruivinha

Por cada detalhe seu estou apaixonado,

Perante ti caí de joelhos,

Privilegiadamente, venero seu corpo tatuado,

Tendo entre os dedos seus cabelos vermelhos.

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Ruivinha, hoje como eu queria te ter,

Queria largar tudo e admirar apenas seu sorriso.

Sabe, me perder todo em seu prazer

E fazer desse amor nosso íntimo paraíso.

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Íntimo pois ninguém tem que saber,

Sim, um mundinho todo da gente,

Viver apenas para te ter,

Em copo, alma e mente...

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Então é só dizer bora,

Que eu vou lá e boro.

Larga tudo aqui e vou na hora,

Pois por seu amor, eu choro, brigo e imploro. 

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Eu guardei pra ti todo tesão, amor e desejo,

Um desejo incontrolável perante esse corpo sedutor.

Ainda sonho com seus beijos,

E viver apenas para nosso amor.

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Luiz Paulo Miranda

Na Minha Mesa

Desde quando a vi eu estou afim,

Percorro seu corpo com os olhos no maior tesão. 

Hoje, eu quero você só para mim,

Quero fazer de ti a minha inspiração.

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Qualquer lugar serve pra nós

E, se é mesmo destino, jamais direi não...

Enlouqueço ao som da sua voz

E assim eu a beijo, beijo e as roupas param no chão.

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Me puxa pela gravata,

E beija minha boca.

És tú minha deusa, minha gata,

Quero te chupar, morder, te deixar muito louca.

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Eu, você, a mesa e mais nada à pensar,

Sim, sem pensa em nada, só em ti ter.

Me jogo e vou sem saber se quero voltar, 

Pois hoje quero apenas o seu prazer...

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O tempo se vai e não vemos opassar da horas,

Pois a mesa é hoje o melhor dos locais,

Embaixo ou encima, eu vejos oa sinais,

 Me perco em se lábios da minha senhora.

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Por Luiz Paulo Miranda

De Natal a Natal

Eis-me aqui outra vez,

Vivão, forte e consciente.

Não importa o que o destino me fez,

Sou o mesmo, só um pouco diferente.

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Como eu queria gritar,

Só um pouco, mas daquele jeito.

Para o mundo inteiro escutar,

Pois mesmo sozinho faço bem feito.

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As vezes penso em dar um tempo,

Sei lá, dizer que a porra toda acabou...

Viver apenas o momento,

Esquecer tudo e todos, ficar apenas com o que restou.

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Eis o labirinto social,

Sou eu um escravo maldito,

Desde o corte umbilical,

Ao trancar do jazido.

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Sim, do momento do parto,

Ao coração partido,

Do menino catarrento,

Ao exemplar pai e marido.

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Eis-me aqui onde todos podem enxergar,

Tomado por este bom senso social,

O Alfa de coleira e um pai exemplar,

Sem despir máscara, de natal a natal.

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Luiz Paulo Miranda