Brincar de amigo é muito complicado,
Um dia colega de classe, noutros de profissão.
Embora perigoso, era bom te-la ali ao lado,
Mesmo com o claro desejo de colorir a relação.
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E, inevitavelmente, a vi partir.
Acorrentado, noutros braços ela se encontrou,
E caminho diversos passamos a seguir.
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O amor é uma mentira, uma bela ficção,
É sim e eu volto a dizer.
Falam que seguem o coração,
Mentira, estamos em busca meios diversos de prazer.
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Sim, prazer carnal, da luxúria e em busca contentamento,
Da companhia, do paladar, do ofato, de palavras e até de canção.
Nem todo prazer leva a casamento,
As vezes é tóxico, destrói a mente e até o coração.
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Mas tudo ao nosso redor era mais que prazer.
Nosso amor supria tudo e ia além,
Me encontrei inteiramente em você.
Diante dos teus olhos não via mais ninguém.
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Então essa é nossa história,
Sem beijo cinematográfico, sem véu e grinalda, sem final feliz.
Sou apenas um fantasma da memória,
Um ser evitável cujo nome a boca não diz.
Luiz Paulo Miranda