Carta ao Leitor
A continuação de uma obra literária, antes mesmo da sua
publicação, é cheia de expectativas e, mais que uma promessa, tem o dever de
ser melhor que a anterior. Sabendo que nem sempre é isso que acontece, jamais
faria promessas aqui.
Antes de começarmos nossa nova aventura, meu caro leitor,
devo explicar os motivos que novamente me trouxeram à frente de um computador
para escrever para você. Mas, antes disso, quero ainda explicar a diferença do
escritor de outrora para o que aqui está, porque, se me recordo bem, no ano de
2009, início daquele livro, eu estava nos primórdios dos meus dezenove anos,
era virgem, não sabia o que queria direito da vida e tinha o sonho de ter uma
moto, trabalhava de franelinha em uma balada e a motivação dos meus escritos
era eternizar o meu primeiro e não correspondido amor. Dessa vez, ao contrário
daquela outra, eu contava com vinte e três anos; não sendo mais virgem, estava
aprendendo a lhe dar com as responsabilidades da vida; havia acabava de entrar
na faculdade, trabalhava como segurança armado no pedágio do KM18 da Rodovia
Castelo Branco e, apesar de ainda estar envolvido com aquela que deveria ser a
mocinha do meu conto de fadas, os dedos que tinha nas mãos era incapaz de
contabilizar os meus envolvimentos amorosos.
No entanto, deixando os exageros dos dedos de lado e,
prometendo ser um pouco mais modesto daqui pra frente, digo que o escritor que
aqui se encontra não vem diante de você exorcizar qualquer memória, mas colocar
os devidos pingos nos “i” e, respondendo aos divers pedidos especiais, tentar
explicar rumo que tomou a vida de um tal Luiz Paulo Miranda. Como disse em
outrora, apertemos os cintos e juntos partimos nessa alucinante viagem através
das minhas memórias, aventuras, paixões, loucuras e poesias. Isso mesmo,
poesias, pois o transcorrer do tempo nos furta algumas habilidades e nos traz
outras, no meu caso ele furtou a vergonha, fazendo de mim um verdadeiro cara de
pau, e, em contrapartida, me trouxe a habilidade de brincar com as palavras.
É como eu sempre digo, o artista nasce, mas não há de morrer, e, já que a vida é feita de
lembrança, sua alma, entre fronteiras e distâncias, em sua arte, sempre há de
viver. Assim, tal como Valdemort e suas horcrux, o fim do presente livro é
tornar eterno um pedacinho desse que vos escrever nas laudas do tempo.
Dito isso e prometendo um capítulo por mês, vamos à
história e, juntos, descobriremos como ainda estou vivo depois do Capítulo O
Tiro e o Pânico no Pedágio.
I.
Capitulo – O Tiro e o Pânico no Pedágio.
...