Contar-lhe-ei uma história de amor, porém, nem tão romântica assim, mas como qualquer outra do gênero, envolve decepções, alegrias e tristezas. Tudo começou na escola primária, pra ser mais exato, na primeira serie do ensino fundamental, apresentaram-nos e logo notei o clima que houve entre nós ou uma química, se assim preferir. Identificamo-nos logo de cara, a olhava e tudo parecia simples, em face dela nenhuma outra era tão precisa, tudo entre nós acontecia com imensa exatidão e clareza, em outras palavras, ela perfeita! Não teve outra, como dois mais dois são quatro, ganhou meu coração, assim simples e sem a menor complicação, juntos éramos o resultado da mais linda e perfeita equação. Ao passar dos anos não desgrudamos, apesar das dificuldades de um relacionamento, fomos ficando íntimos e, de certa forma, ela fazia parte da minha vida, me completava de uma maneira que nenhuma outra conseguia. Andamos de mãos dadas por todo o período escolar, passamos pelo ginásio e, quando menos percebemos, havia deixado para traz o ensino médio e sonhávamos com o superior. Ela vivia em mim e, principalmente, eu vivia por ela, em outras palavras, éramos uma soma perfeita, a soma dos quadrados dos catetos que sempre se tornava a mais linda hipotenusa, ou melhor, a raiz de baskara que é igual a mais ou menos um amor prefeito, amor esse que nada era capaz de subtrair, muito menos dividir. Pensava em cursa Engenharia Mecânica para nunca ficarmos longe um do outro, mas como qualquer outra sentimento, o amor, também tem seu início, meio e seu fim. Pois é, quando tive que fazer um Curso de Segurança, conheci o grande amor da minha vida e, desde então aquela que me acompanhava desde o primário, deixou de ser protagonista e passou a ser coadjuvante do meu coração, mas engana-se se pensas que viramos amigos, muito pelo contrário, apesar do grande afeto que tenho, tornou-se a minha maior inimiga. Como disse antes, essa como toda história de amor, tem seu lado bom e seu lado ruim, agora contarei o lado ruim, que apesar de triste, tem suas partes engraçadas. No Curso de Segurança conheci uma ciência diferente, uma ciência que máquina nenhuma tem o poder de resolver, pois só a mente humana é capaz de dominar suas complexidade, uma ciência relativa que vive numa eterna mutação moldando-se a sociedade, sendo assim, foi paixão a primeira vista. Isso mesmo, me apaixonei por uma ciência chamada Direito, dentro de mim eclodiu um desejo pelo conhecimento jurídica e a magia que a cerca, porém, a "Matemática", que desde o primário era minha companheira, onde sonhei cursar Engenharia Mecânica para nunca se ver longe dela, agora se tornara minha maior inimigos. As vezes as estradas da vida nos leva a caminhos diferentes do quais planejamos, porém, cabe a nós nunca esquecermos por onde passamos e das pessoas que conhecemos. Quanto a Matemática, nunca iria esquece-la muito menos ela a mim, após o fim do relacionamento a Matemática passou a ser como uma pedra no meu sapato, se tornou a vilã da minhas historias em quadrinho e a mosca na minha sopa, ou seja, para onde quer que olhe lá estava ela, porém, agora mais complicada e incompreensível, tentei ignora-la, mas foi impossível. Logo eu que desejei tanto um cargo público, mas a Matemática, não sei se por vingança, tem me passado a rasteira em todos concursos, inclusive no ENEM, diante disso, não da pra continuar lutando, temos que fazer as pazes com meu velho amor, pois a verdade, crua e nua, é que a Matemática é a principal culpada de eu ainda está na iniciativa privada...
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Luiz Paulo Miranda (2013)
