À cada passo que dava era como se algo me puxasse para traz, as ruas eram calçadas de pedras e em cada esquina procurava um ponto de referencia, quem minha companheira de estrada pouco me falava sobre nosso destino, apenas que deveria ir para aquele lugar de nome estranho. Era o ano de 1994, mês de Fevereiro, cidade de Uruçuca-BA, ...o dia eu já não recordo, mas era uma segunda-feira e minha irmã levava-me ao meu primeiro dia de aula na pré-escola, meu coração batia disparado, segurei o choro por todo o caminho, mas quando me vi dentro da sala aula e fui apresentado à uma mulher estranha de nome Leda, vestindo um avental branco, de um sorriso que transpassava de uma orelha à outra querendo conquistar minha confiança e minha amizade, algo que poucos na minha família contavam. Meus olhos se encheram de lagrimas quando aquele bando molequinhos frescos ficaram olhando pra minha cara como se nunca tivesse visto um neguinho antes, mas o choro so veio mesmo com a fuga da minha irmã, que esperou que me distraísse com as perguntas da tal Leda para dar no pé. Na cabeça de um garotinho de cinco anos se passa varias coisa e na minha não foi diferente, enquanto os outros ficavam ali se conhecendo, desenhando, rabiscando e amaçando massinha de modelar eu, como sempre me julguei diferente, cogitava numa forma rápida de fugir daquele lugar horrível. Não deu outra, na primeira falha que a carcereira (Agente de Organização Escolar) deu com o portão aberto pra entrada de um carro, me pus a correr que se muito viram foi meu vulto passando pelo portão. Agora se a tia Leda notou minha falta não irei saber a única coisa que sei que aquilo não tinha como acabar bem. A Cidadezinha Uruçuca era pequenina e como já vinha pensando em fugir desde casa, sendo assim, não erraria o caminho que tanto que fiz o trajeto em menos de trinta minutos. O melhor era ter ficado com a tia Leda na escola ou ter se perdido no caminho, mas não contava com tal malicia ainda, pois a surra que levei da minha mãe quando cheguei em casa marcou pra sempre minha alegre e louca infância. Aquela malicia que me faltou em outrora a partir dali fazia parte da minha vida, pois não iria querer tomar outra surra e é apanhando que se aprende. Uma boa tarde. Cap. XXII, pag.7
Quem sou eu

- Crônicas de Luiz Paulo Miranda
- Carapicuiba , são paulo, Brazil
- Advogado inscrito OAB/SP n° 391.112; Graduado em Direito pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba (FALC); Pós-graduando em Ciências Criminais e Direito Tributário pela Faculdade Legale. Tem 32 anos e reside no município de Carapicuíba/SP. Watss App n°(11) 981685890.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
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Só quero ir embora, Não quero mais ficar aqui... Acho que já passou nossa hora, Com ou sem sofrimento, o adeus há de vir. # Sim, só quero di...
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