Quando eu tinha meus onze
pra doze anos havia vários boatos e uma
vaga presunção a respeito da Guarda Mirim. Alguns diziam que era um meio que
nos levaria ao Exercito; outros
insistiam que traria disciplina ao adolescente; mas o que se ouvia mais era que
poderia conseguir empregos aos jovens de minha idade. Bom pra mim naquela época
esses boatos não passavam de balelas e por mais que minha irmã Rosineide insistisse em querer, a todo custo, me enfiar
em um dos Mini Quarteis que funcionava nas escolas todos finais de semana,
minha posição era totalmente contraria e fazia de tudo pra não ir. Pra dizer a
verdade pra mim sempre foi algo ridículo a garotada com aquelas calças na
altura do umbigo, umas botas cafonas e desnecessárias, marchando em fila
indiano como se fosse pra guerra e pra mima na época isso não tinha serventia. Bom,
de fato vários dos meus amigos começaram a trabalhar primeiro que eu e antes mesmo de completarem os dezesseis anos.
Para uns a utilização daquele uniforme era um mal
necessário, mas para outros era um motivo de orgulho. Eu nem a pau usaria
aquele traje, nem pela mira de uma arma, sendo assim, enquanto meus amigos iam
trabalhar de repositor em Supermercados, Panfletagem ou Office-boys. Por outro lado, tornei-me um lavador
de carros aos dezesseis anos, aprendi dirigir, fiz grandes amigos e adquiri
valores inestimáveis que levarei para o resto da vida. Não desvalorizo a Guarda-Mirim,
acredito que minha bronca, quando mais novo, seria fruto de más informações. Tanto
que meu amigo Pontes esta ai na foto pra provar, nesse dia ele havia acabado de
se tornar Cabo da Guarda-Mirim e nós do Lava-Rapido estávamos dando-lhes os parabéns. O tempo
passa o que e nos ficam as lembranças, quando olho essa pras fotos sinto muita
saudade dessa época e dos meus amigos que há tempos não vejo. Meu problema com
farda acabou quando me tornei segurança e vi-me na obrigação de usar uma, isso
mesmo, com aquelas causas no umbigo e àquelas botas bregas, graças a deus, não
tinha que marchar, mas até que eu fiquei bonitinho fardado. Hoje olho para uma
criança fadada de Guarda-Mirim e acho uma gracinha, não vejo a hora de o
Murilinho crescer para vê-lo vestido assim.
Quem sou eu

- Crônicas de Luiz Paulo Miranda
- Carapicuiba , são paulo, Brazil
- Advogado inscrito OAB/SP n° 391.112; Graduado em Direito pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba (FALC); Pós-graduando em Ciências Criminais e Direito Tributário pela Faculdade Legale. Tem 32 anos e reside no município de Carapicuíba/SP. Watss App n°(11) 981685890.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Só Queria Ir Embora
Só quero ir embora, Não quero mais ficar aqui... Acho que já passou nossa hora, Com ou sem sofrimento, o adeus há de vir. # Sim, só quero di...
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