Me inquieto ao anoitecer,
Como semente na terra palavras vão brotando.
Ao poucos vejo o verso nascer,
E, de rima a rima, o poema vai se formando
#
Então, o que dizer, o que escrever?
Somos um acúmulo de imperfeição.
Aquilo que vive por viver,
De tudo que é imperfeito, a pura personificação.
#
Então, eu digo foda-se a tudo,
Foda-se ele, nós, eu e até você.
Foda-se se acha ser isso tudo um absurdo,
É só bloquear e ir logo se fuder.
#
Um dia tudo acaba, com ou sem motivo pra acabar,
Se no final tudo vai pro beleléu,
Então pra que chorar, sofre ou rimar?
Pra que viver de manchas no papel,
Se só os idiotas se metem a amar...
.
.
Luiz Paulo Miranda