Ainda não entendeu, né? Não preciso me sentir, não
preciso fingir e contar mentiras, Deus me fez assim e, mesmo questionando,
apenas faço a vontade dele. Sou feio, pobre e sem noção, mas para uma coisa
chamo sua atenção, eu sou feliz e tenho Deus no meu coração, o meu destino e
criatividade esta em suas mãos. Há dias em que falo foda-se geral, pra Deus e o
mundo, que a sociedade se afogue em sua ganancia que não irei ligar, tranco-me
num mundo intimo e unicamente meu. As consequências geralmente são boas, pois
largo tudo e vou andar de skate, mas o que realmente importa é que minha
criatividade, nesses dias, é de espantar. Vivo num mundo distinto ao seu, vejo
um problema e busco solução independente das complicações; quando me deparo com
uma escada jamais a imagino subindo, mas sim descendo e todas as milhares de
loucuras que poderia fazer com meu skate junto a ela e; o mais importante, uma
folha de papel em branco tem o poder de me instiga, como se houvesse uma
conexão entre minha imaginação e falha, tudo flui naturalmente, ela mostra o
caminho e eu sigo dando forma a um desenho que sempre existiu ali, mas só eu
conseguia vê-lo. Não irei falar sobre a escrita, já que é minha arma principal
e as munições são infinitas. “O verdadeiro escritor não tem nada a dizer. O que
conta é o modo que ele diz” (Alain Robbe Grilet). A primeira regra do
capitalismo: “Melhor do que sentir inveja é fazer com que os outros sintam
inveja de você”. Se eu tivesse o interesse que alguém tivesse inveja de mim as
somas dos meus ganhos mensais chegariam a casa do milhar e minha moto não necessitaria
de tantos reparos, porém, no mundo há aqueles que querem ser e os que querem
ter... Em qual você acha que me encaixo? Os bens que possuo tem muito mais
valor do que possa imaginar... Caro leitor, a partir daqui a coisa fica feia e
minha intenção é fazer alguém socar o seu próprio monitor, mas não posso dizer
que pare e, se veio até aqui o melhor é que continue, sendo assim, se
prepare... Quando a idade chega pra algumas pessoas elas sentem a necessidade
ou um certo dever de deixar o assento de aluno e, de uma forma arrogante e desumilde,
ocupar lugar de professor, muito embora não tenha competência para tanto... O
que mais me choca é saber que tais indivíduos não têm mínima humildade para
entender que mesmo aquele que não está ao seu nível acadêmico poderá, de uma
forma ou de outra, lhe possa passar algum aprendizado... Até o mais sábio dos
mestres aprender com seus discípulos, quem dirá àqueles que ocupam as mesmas cadeiras que nós? Mas uma vez caros
amigos, com meu falho português e minhas humildes e melodramáticas palavras,
reafirmo: estamos neste mundo de passagem e enquanto estivermos aqui somos
meros aprendizes da vida...
