Eu procurei palavras para
descrever o ano que termina no meu tradicional texto de fim de ano. Não sei se
por falta de criatividade ou por mera preguiça mesmo, mas nem consegui começar
na virada como sempre. E agora, já no quinto dia util do novo ano, eu tento
rascunhar algo, talvez movido por uma superstição besta. Dito isso, vamos
ao texto, o qual inicio com a palavra que resume esse ano que é
"CANSAÇO", tanto físico quanto mental. Digamos que, por menos,
pessoas param numa cadeira terapêutica, quiçá manicômio e até me prisões.
E, sem me valer da força da expressão, só Deus sabe como eu queria ter torcido
alguns pescoços esse ano. Dito isso, eu sempre fui um entusiasta dos estudos
sobre Emile Durkheim e da sua teoria do fato social. Ser alheio aos casos
apresentados a mim era minha vantagem, eu dizia a me mesmo e aos mais próximos:
"é apenas o ser humano sendo ele mesmo, fazendo o que sempre faz". Aí
você me fala, mais um alemão que fala um monte loucura e esse neguinho besta
fica viajando. No entanto se engana meu caro amigo, Durkheim é francês e
eu meio que viajo mesmo, FODA-SE... Fato é que não foi um ano fácil, minha
personalidade fria e calculista aos poucos foi sucumbindo à situações meramente
sociais, isto é, fatos fúteis e sem qualquer importância que não deveriam.
Quando algo assim acontece, isso pode afetar seu julgamento. Em outras palavras
eu me deixei envolver e nenhum jogador é temido se não tiver um bom blefe, mas
o foda é quando o adversário divide o mesmo teto. Esses dias eu li um comentário
em vídeo do Instagram que dizia: "eu entendo o goleiro Bruno". Eu
meio que não me importava muito, já que pra mim, como disse acima, era o
ser humano sendo ele mesmo e fazendo o que sempre faz, mas hoje, sem adentrar
nos pormenores criminológicos, eu meio que entendo também. Um ato em meio a um
pico de ódio pode ser um caminho sem volta... Sim, eu já vi tanto casos de
Maria da Penha a ponto de afirmar que mais vantajoso é ao indivíduo dar com a
cara na parede antes da chegada da polícia a fim de provar uma agressão
recíproca, do que insistir naquele velho discurso "ela provocou".
Irmão, essas "porras" sempre provocam...
Mas sem fugir do assunto, que
anos hein... meu time quase saiu zerado de novo, continuo na média de três
viagens legais por ano, o faturamento da empresa segue na média, mas nada que
me enriqueça, eu continuo fugindo do leão e os boletos não param nunca, mas
vamos bora.
Sim, porque levantar e
recomeçar sempre foi o meu maior ponto forte, já foram tantas vezes que os
dedos das mãos são insuficientes para contar. Então em 2024 eu não me abalei
quando me chamaram de amigo e depois me viraram as costa, pois eu sei que amizade,
assim como qualquer outro tipo de relação, também tem sua validade. Também não
me surpreendi com os "não" que a vida me deu e as portas que o tempo
fechou em minha face, como diria Mufasa: é o ciclo da vida. Eu só queria mesmo
é um 2025 mais tranquilo, mais acadêmico, um pouco mais fitnes, sem desejos
homicidas, sem querer sumir e, se Deus quiser, eu continue gastando mais
dinheiro com viagem e gastronomia e menos com terapia.
Então é isso e não tem o que inventar, vou pegar a caneta e, no ritmo do ano novo, irei rimar. O mundo tá sinistro e não vamos desistir. Sozinho ou acompanhado o meu sonho eu vou seguir.
Vamos que vamos, que seja um
ano abençoado e cheio de paz pra todos nós, que Deus nos dê forças, paz e saúde
para conseguimos superar os desafios do dia a dia.
.
.
Por Luiz Paulo Miranda