Nada Pode Calar

A ideia vem e como frase ela se vai,

Porém, algo tenta me calar.

Daí da minha boca nada mais sai

E nem no papel eu ouso colocar.

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Amordaça-me com ideias pequenas,

Fazendo de mim um refém seu.

Hoje não sei se vale apena,

Ser o que deseja e esquecer quem sou eu.

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Acreditas que todo verso relata história,

Sim, como contos da vida do escritor.

Mas engana-se, pois já escrivi minhas memórias,

E os poemas tem por fim decifrar o amor.

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Sim, aquele amor,

Aquele que tudo pode curar,

Que não dá espaço ao ciúme e a dor,

E que dá força para o poeta continuar.

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Ninguém jamais irá me calar,

Pois escrever é uma das minhas paixões.

Gosto de construir frases e de rimar,

E, com palavras, abalar corações.

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Luiz Paulo Miranda

Mal Casado

Eu queria volta ao meu lugar,

Voltar a ser quem eu era.

Queria sair sem ter hora pra voltar,

Não ter em minha cama uma mejera.

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Queria ter carinho sem implorar,

Bater uma só quando desse vontade.

Queria não ter de pedir para transar,

Queria me livrar das farças da vaidade.

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Sabe, ter conversas, diálogos e não discussão.

Queria uma companheira e não agregada,

Não quero sexo por obrigação,

Queria em casa uma esposa, não empregada.

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Eu queria um basta,

Mas dois olhinho impedem tal decisão.

Não queria mais essa vida de bosta,

Seguir de vez o caminho que manda o coração.

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Mas no fundo, eu quero criar meu bebê,

Estar lado dele em todo momento.

Queria poder vê-lo crescer,

Mas o preço é viver em um lar de tormento.

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Então eis me aqui,

Com joystick e jogado no sofá.

Triste sem querer subir,

Porém fraco para continuar,

Esperando aquela porra dormir.

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Ser homem não é fácil coisa nenhuma, 

É todos os dias ser forte para matar leão.

Sim, é estar pronto para sempre bater uma, 

Quando a princesa que jaz na cama resolve virar dragão.

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Por Luiz Paulo Miranda