Esse é aquele momento em que eu paro e, ao som de uma das canções natalinas (sim aquela que fala " e o que você fez, o ano termina e blá blá outra vez..." ), me pergunto, o que eu fiz? O que eu fiz nesse anos? Pois bem, tem hora que me pego ouvindo essa porra de música, olhando para o teto desse quarto frio e úmido e pensando em tudo que fiz e deixei de fazer... Todo o contexto me parece uma reprise ou um frash Beck sem graça dos últimos dias do ano anterior...
O fato é que as lágrimas derramadas ao longo desse ano não se comparam as do ano do anterior e a transformação é latente, só não enxerga quem não quer ver... Poderia ter abaixado a cabeça, me sentido um coitado, mas não, aqui estou, pronto para o que der e vier.
Eu comecei o ano inseguro comigo mesmo, me escondendo atrás do luto e com medo do mundo cruel que me aguardava. Nos dizeres de Renato Russo, eu dizia ainda era cedo, cedo, cedo... No entanto, bastou uma reunião calorosa entre chefes e estagiários, um simples "porém", um "foda-se" e o eco da minha linda e grave voz em meio à várias bocas caladas para que eu enxergasse o meu verdadeiro lugar, além de evidenciar o meu grave problema com hierarquia. A partir daí o adeus fui inevitável e agora era eu contra o mundo... Em outra palavra, aquela era a batalha para qual minha mãe havia me treinado a vida toda, sabe como é né, todo aquele lance do passarinho criar asas e voar. Assim, o fato dela não estar presente no deveria ser motivos para fugisse.
Mas não para por aí, em 2017 eu vi a melhor das amigas se tornar a mais cruel e impiedosa inimiga e, num momento extrema de loucura, vi pessoas que eu amo se ferirem por culpa da minha omissão, criando em todos nós um trauma que levaremos para toda a vida. Vi pessoas se transformarem e outras que nem imaginava me estenderem a mão, além das despedidas... Eh, que ano que não há despedidas?
Como disse no início, diferente do ano anterior as lágrimas desse também foram de alegria, pois tive o prazer de fazer vários amigos e reencontrei muitos outros, consegui firmar muitas parcerias e romper outras delas e, depois de muita luta, vi um sonho nascer, se consolidar e, aos poucos, se tornar uma realidade.
Encarei todos os desafios o destino colocou em meu caminho, desde casos malucos, que muitos julgavam perdidos a duas pós graduação de uma vez só... Eu fui forte quando tentaram me ferir e mais forte ainda pra não fazer o mesmo, saindo com classe e dando a volta por cima ... Sofri com metrôzão lotado em horário de pico indo pra pós e tive que me reinventar devido ao pouco tempo para estudar. Ainda bem que no final deu tudo certo. Não fugi de nenhum dos desafios que a vida colocou em meu caminho, ajudei pessoas, por outras fui ajudado e, com aperto no coração e pra deixar de ser burro também, por algumas delas fui caloteado... Mas faz parte da vida e aprendi muito com isso.
Eu finalmente entendi que certos ciclos teriam que acabar para que outros se iniciassem, no entanto, como sou cara muito zicado, os novos ciclos, independente de como ou quem fosse, eram sempre iguais ou bem semelhante aquele que há cinco anos estou tentando encerrar. Parece macumba... É impressionante como tem gente que tem a habilidade de voltar dos mortos para nós aterrorizar...
Pelo menos esse anos minha fé parece maior do que nos anos anteriores e não é vergonha afirma que sei que Deus está comigo em todos os meus passos. Homem de fé sim, religioso, vai entender né. A vida é um hipocrisia.
Assim, posso dizer que, diferente dos anos anteriores, o olhar para o teto dessa vez é um olhar cheio de expectativas e de boas vibrações, é um olhar de alguém que sabe o que tem que fazer, como tem que fazer e, não temendo o destino ou os desafios da vida, vai derrubar tudo aquilo que entrar em seu caminho.
Por isso, posso dizer que foi um anos produtivos, pois iniciei desencantado, sofrendo pelas perdas, cheio de amarguras devido ao luto e sem dar valor às vitórias, pois eram poucas, mas existiam, hoje já consigo enxergar de forma diferente. Hoje vejo o caminho, vejo as oportunidades e, não estando mais sozinho, tomo as atitudes. Hoje sou mais forte que ontem e o ano de 2018 tratará de deixar tudo isso evidenciado. O ano que vem não estarei mais nesse quarto úmido e frio, pois até lá tomarei vergonha na cara e irei a reformá-lo. Aí olharei para o teto sim, mas para lembrar o quão grande foi a vitória...
Eu desejo a todos um feliz ano novo e que Deus possa iluminar nosso caminho nesse novo ano.
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Luiz Paulo Miranda
Quem sou eu

- Crônicas de Luiz Paulo Miranda
- Carapicuiba , são paulo, Brazil
- Advogado inscrito OAB/SP n° 391.112; Graduado em Direito pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba (FALC); Pós-graduando em Ciências Criminais e Direito Tributário pela Faculdade Legale. Tem 32 anos e reside no município de Carapicuíba/SP. Watss App n°(11) 981685890.
sábado, 30 de dezembro de 2017
E O Que Você Fez?
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