I. O DISPARO
Poderia iniciar essa história pelo termino daquela, mas
ficaria muito comum se assim o fizesse, razão pela qual, não sendo muito fã do
que é comum ou natural, elegi a madruga do dia 06 de junho de 2012 como nosso
ponta pé inicial. No entanto, a referida madrugada não foi uma madrugada
qualquer, pois a partir daquela data minha vida tomou rumos totalmente
inesperados e todo o equilíbrio que tinha foi por agua abaixo. Era um churrasco
qualquer e o vigilante, em sua sala, concentra seus pensamentos em seus a
fazeres, mas de uma hora pra outra, escuta-se um forte estrondo semelhante a um
tiro vindo da sala de segurança, momento em que todos para lá correram. O palco
de tal tragédia era o Pedágio do KM 18 da Via Oeste, local onde o tal vigilante
prestava serviços pela empresa multinacional chamada Prosegur. Antes que eu
possa te explicar o desfecho dessa fatalidade e seus detalhes, vamos saber o
que de fato ocorreu.
Como a maioria dos vigilantes, minha escala de trabalho
era a famosa doze por trinta esses, ou seja, trabalhava um dia e folgava outro,
enquanto o pessoal do Pedágio trabalhava dois dias e folgava dois. Assim, cada noite
eu trabalhava com um pessoa diferente. No trabalho eu usava um Revolver Taurus
Cal. 38, com um Nextel e uma lanterna maneira. Tirando o fato do revolver viver
travando, o trabalho era bem legal, pra dizer a verdade, eu adorava tudo aquilo
ali, me senti em um arem, lotado de mulheres, algumas bonitas já outras nem
tanto, porém, todas tinham vagina e isso que importa, razão pela qual aquilo
parecia um sonhos. Se me conhece bem leitor amigo, saberá que, independente da
beleza daquelas que enfeitavam e alegravam o ambiente, eu iria me sentir no
oásis e que seria questão de tempo pra que eu, com a devida modéstia, me
envolvesse com uma delas ou mais delas, levando em conta que as pessoas dos
plantões pouco se viam. Meu horário do trabalho era das seis da noite às seis
da manhã, como tinha uma Van fretada, não tinha necessidade de ir de moto, mas
às vezes eu ia mesmo sem ainda estar com habilitação.
Diferente daquele inferno que era o Shopping Tamboré, o
Pedágio era o céu, pois eu trabalhava com uma farda muito bonita, com detalhes
marrom e amarelo, com um colete e, infelizmente, com um revolver Cal. 38 da
Taurus, que, como já disse acima, vivia travando. Eu trabalhava durante à noite
e, em seguida, tomava o caminho da Faculdade da Aldeia de Carapicuíba (FALC).
Era muito difícil ficar acordado durante à aula, mas, quando eu via que não ia
conseguir vencer o sono, ligava o gravador do celular e dormia tranquilamente.
Já que toquei nesse assunto, vamos falar do início da
minha jornada na faculdade de Direito. Devo dizer que, fora a soberba de alguns
colegas, os quais tinham tesão em esfregar na cara dos menos favorecidos (como
eu) seus diplomas, status social e cargos públicos. Meu primeiro semestre no
curso de Direito teve um início tranquilo, eu havia retomado a estabilidade
financeira e conseguido finalmente ter tranquilidade. Na minha sala havia um
cara chamado Rogério, que era contador e dava aula no curso de Ciência
Contábeis da Fatec; tinha a Suely, que além de ser uma coroa linda, era
escrevente Tribunal de Justiça e sem conta minha amiga Luciana que era escrivã
na Polícia Civil. Além dos citados, havia também policiais, políticos,
assistente sociais e professores, quase todos donos de um soberba e arrogância
únicas. Então eu me sentia um peixinho em meio a tantos tubarões, pois o
negócio ali ia de político a dono de vários imóveis, mas com o tempo me dei
conta de que isso não era nada. Tive aula com o Professo Ladenilson, com o
Professor Otto Rubens e com a Professora Elisaide, pessoas que aprendi admirar e
com o tempo se tonaram grandes amigos. Lembro de certa vez ir conversar com o
professor Otto e perguntar pra ele se o fato de eu não ser um cara viciado em
leitura poderia me atrapalhar no curso, ocasião em que ele me falou que esse
hábito, como muitos outros, deveria ser estimulado e que, se eu me dedicasse,
isso jamais seria empecilho.
No meio daquele semestre eu consegui finalmente tirar
minha habilitação e passeia a andar de moto sem qualquer peso na consciência,
agora eu saia à hora que eu queria e como eu queria. Assim, quando eu saia do
trabalho ia de fretado até o centro de Carapicuíba, oportunidade em que pegava
um ônibus direto pra casa. Em casa eu tomava o café com minha mamis e depois,
de motoca, saia igual louco pra faculdade. Se acompanha minha história, saber
tão bem quanto eu que a habilitação significava muito, pois foi algo que se
construí sobre diversos fracassos e fraudes, mas agora nada daquilo importava.
Eu tinha blusa do exército que, somada a minha cara de
bravo, dava medo em muita gente. Então eu chega na minha Honda/CBX 200, com
aquela cara de bravo, no meio daquele monte de gente arrogante, não falava com
ninguém e sentava no meu cantinho. Era considerado o cara que ficava no seu
cantinho e pouco falava.
Acho que o que ficou marcado na memória de muita gente,
foi um colega chamado Guilhermano. Leitor, imagina um cara doido e agora
multiplica ele por dois, esse era o Guilhermano. O cara simplesmente, durante a
aula ele levantava umas dez vezes para ir ao banheiro, interrompia diversas
vezes a aula e, quando questionado, o Gilhermano simplesmente ameaçava a pessoa
de morte. O cara não batia bem não, ele dizia que tinha o desejo de ser juiz,
pensa o juiz doido que não seria...
Uma coisa que me chamava a atenção, era como aquele povo
gostava de compra livros, era uma ostentação maluca. Eu via pessoas comprando
um livro por dia, vindo de mão vazia e saindo capengando com tanta legislação e
doutrina. Ai você se pergunta e você? Bom, eu achava aquilo tudo uma perda de
tempo, pois havia tudo na internet, nem sempre tão mastigado, mas tinha, era só
saber procurar. Além do mais eu ainda estava com a mesma preguiça de sempre
quanto a leitura e tinha que mudar o hábito como disse meu saudoso
professor. A verdade que, tirando as
revistas em quadrinhos, tipo Turma da Monica e HQs da Marvel, não precisava de
muitos dedos para saber quantos livros já tinha lido na vida.
Em casa as coisas estavam tranquilas, apesar de muita
cosia não ter mudado, posto que ainda estávamos na mesma, eu ainda era o skatista,
Ex-lavador de carro e vigilante que está tentando se tornar doutor. No entanto,
quando comecei a faculdade minha mãe havia viajado, já que minha avó tinha
acabado de falecer, tendo ficado no Estado do Espirito Santo por quase quatro
meses. Como sabe leitor, a vida sem minha mãe em casa era um inferno, a gente
não tinha regras e, por mais que tentássemos, fazer tudo certinho, a casa
parecia um lixão.
A minha vida pessoal, não diferente dos fatos apontados
acima, continuava na mesma, pois eu estava louco pra comer uma garota virgem,
quem minha imaturidade dizia estar apaixonado, e, além disso, teimava em
cultivava outros esquemas, dentro e fora do ambiente do ambiente de trabalho.
Como disse acima, eu amava aquele trabalho e era questão de tempo até que me
envolvesse com alguém, pois é leitor, era questão de tempo até arrumasse outro
esquema. Meu serviço era garantir a segurança do pedágio, então ficava fazendo
rondas pelas cabines e, em razão disso, ficava a noite toda conversando com a
mulherada, um pouco na cabine de cada uma delas. Com o tempo fui percebendo uma
característica especial minha, sim leitor, eu sabia escutar os problemas
femininos como poucos conseguem e, quando tinha que falar, em razão do fato de
ter escutado tudo, sempre dava um belo parecer acerca de qual que fosse o
assunto. No entanto amigo leitor, se é que me entende, poderia dizer que não
era o lugar onde havia 100% de beleza externa reinava não, porém, havia muita
perversão no local e, particularmente, eu amava isso. Outra coisa que me
chamava muito a atenção era que as mulheres entravam santinha e, com o tempo,
elas desandavam e ficavam muito safadas. No entanto, não vou entrar em
detalhes, uma vez que devo tomar cuidado pra não atingir a honra subjetiva de
ninguém.
Deixando a vida dos outro e voltando a minha, digo que a
primeira garota que fiquei no pedágio se chamava Priscila e, acredite se
quiser, tal como a Najela, ela também era crente, pelo monos dizia ser. Nós
tínhamos um rotina muito estranha, já que eu vivia na cabine dela quando
deveria está fazendo rondas... A gente se pegava cabine depois que ela voltava
da janta, o que quase todos sabiam, mas ninguém dizia nada, já que era algo
normal no local. Com o tempo a Prih passou a se interessar muito em mim e a não
olhar com bons olhos o fato de ficar de papinho com várias mulheres, razão pela
qual eu passei a ficar mais tempo com ela do que com com outra pessoa, mas ela
só estava lá em apenas um plantão. Ou seja, se eu trabalhasse com a Priscila na
segunda, na quarta iria trabalhar com outras pessoas, só voltando à trabalhar
com ela apenas na sexta, mas isso eu entro em detalhes depois.
Já que tocamos na questão relacionada a minha vida
pessoal, vamos em frente então. Naquele semestre, depois de quase dois anos
insistindo numa relação conturbada com a Najela, eu finalmente deflorá-la... No
entanto, tudo mudou depois daquele dia, mas isso conto a seguir... Não irei
descrever a primeira vez da garota, vez que tenho apresso pela amizade dela,
digo apenas sua imaturidade e insegurança não deixaram com que eu atingisse o
orgasmos, uma vez que, assim que teve o seu primeiro, pediu pra que eu parasse.
Tem coisa pior que alguém pedir para você parar a foda? Sério, imagina comigo,
você está ali com rabão que ela tem diante de você, sente que o negócio vai
ficando cada vez mais húmido e lubrificado, ai o “seruhminainho” manda que você
pare. Fato é que as subsequentes foram bem melhores e, além de mais demorado,
nosso sexo passou a ser mais intenso e selvagem. Sim leitor, passou a ser algo
instintivo, bastava eu olhar para Najela que ela jogava aqueles peitões na
minha cara ou rebolar vagamente sempre que sentada no meu colo, bem como não
ficar mais sem graça quando se deparava com meu pênis ereto na sua frente. Ela
se tonou a ninfomaníaca que sempre foi predisposta a ser e aquilo me excitava
de uma forma incrível a ponto de querer chupá-la por horas, mas ela nunca tinha
tanta disposição de tempo. Por que mudou? Mudou porque a consciência humana é
algo demoníaco, posto que, sempre após a consumação do ato sexual de forma
magnifica, a Najela só faltava cortar o pulsos, o que me irritava. Ai você
pergunta, por que não se casam? Pois é amigo leitor, se fosse simples assim,
pelo que sentia a época e aquele tesão todo, entraria de cabeça, mas ela queria
um Varão e eu era o cara da varinha... Brincadeira, nem é tão pequeno assim, dá
pra fazer um estrago. Fato é que a Najela queria um obreiro sabe, um pregador,
cantor ou missionário, ou seja, alguém da igreja e pra casar. Não dizia, mas
deixava claro quando das minhas negativas aos convites a comparecer a sua
igreja. Além disso, o fato de eu ser pai sempre incomodou ela e a sua mãe,
parecia ser uma pedra em nosso caminho.
Falando em ser pai, com exame de DNA e com a virada do
ano eu passei a ser um pai totalmente diferente, pois agora não havia boca ou
olhos que diria que aquela coisinha do zoião não era meu filho. Passei a fica
mais tempo com o Murillo e brigar menos com a mãe dele, já que a aquela garota
que conheci em frente à Bit Comapany, aquela garota que parecia uma atriz de
seriado norte americano ou aquela me seduzia com um único sorriso já não mais
existia. Pois é caro leitor, o tempo é cruel, uma força implacável e
sanguinária, não há ninguém que escape, mas isso os próximos capítulo tratarão
de explicar isso. No entanto, os enormes olhos daquele que carrega o meus gens
sempre ira me lembrará daquela que o tempo, a maturidade e as trezentas páginas
do livro anterior fez questão de destruir, ou seja, o meu primeiro amor.
Deixemos de lado a primeira vez da Najela e essas
questões místicas envolvendo à paternidade, voltemos às atenções à faculdade e
vos conto um pouco do meu desempenho enquanto aluno. Eu olhava aquele povo bem
sucedido e queria ser tão bom quanto eles, mesmo sem muita verba para comprar
os livros, então, com ajuda da internet, eu ralava muito. Estudava no ônibus,
em casa nos dias em que estava de folga e por várias vezes no horário do
intervalo, razão pela qual minha nota sempre ficava lá encima. No entanto, algo
me assustava demais, algo que sabia que seria meu maior inimigo durante todos
curso, maior até que a minha falta de apresso pela leitura, era os seminários.
Não tinha feito qualquer curso de oratória ou comunicação pessoal, então aquilo
me assustava muito. Meu primeiro seminário na Faculdade era pra falar sobre
Rene Descartes e a teoria do método. Foi bem o que está pensando caro leitor,
eu fui muito mal, uma verdadeira
vergonha... Pra ser mais claro, com as mãos tremendo e a voz falhando, eu
peguei a folha que tinha na mão, coloquei na frente do rosto e comecei a ler. A
cara da Professora Elisaide quando terminei de ler aquilo tudo era de dar medo,
ela quase acabou comigo. Outro vieram, mas nada foi diferente, um exemplo foi o
seminário do Hengel, que seguiu quase a mesma linha de vergonha. Como um
advogado teme o público? De fato eu não conseguiria responder isso, pois os
olhares lançados a mim sempre tiveram o poder de furtavam-me o chão e,
consequentemente, as palavras.
Voltando as questões referente a leitura e, claro, esquecendo
a vergonha do seminário, digo que o primeiro autor que li quando entrei na
faculdade foi Machado de Assis, coisa de louco né... Foi o melhor livro que já
li, se chama “Dom Casmurro”, o qual tem um história própria. Aquele livro quem
estava lendo era minha amiga Bruna em 2011, quando estávamos no curso Preste.
Na ocasião a Bruna disse que estava lendo aquele livro e comentou comigo que o
autor era meio estranho, falava algumas coisas sem sentido, tais como que
conhecia o cara de bigode e de chapéu. Diante isso fiquei curioso e pedi
emprestado o livro, ela me emprestou, mas alertou que era da biblioteca do
cursinho e que eu tinha que devolvê-lo. Ocorre que, eu sai do cursinho Prestes,
entrei na faculdade e só depois do conselho do professor foi que resolvi abrir
ao livro, pois era o único que eu tinha. Ah, e eu também não devolvi o livro pra biblioteca do cursinho.
Me sinto na obrigação de largar as frustações nos
seminários e da leitura, voltando aos esquemas. Por que não falar um pouco dos
esquemas, sinto informar que, com início da minha vida acadêmica, foi reduzindo-se
o dinheiro e, com ele, os esquemas. Eu não sabia que estudante sofria tanto. No
entanto, naquela semestre eu ainda sai com uma moça que, por incrível que
pareça se chamava Rozineide, assim como minha irmã. Conheci a Rozi naquele
inferno chamado Shopping Tamboré, ela trabalhava pra uma empresa que fazia com
que as pessoas acumulassem pontos em compras certos produtos. Conseguir o
telefone naquela época não foi algo difícil, o problema foi leva-la pra sair,
posto que, ela jurava de pés juntos, que era virgem aos vinte e três anos.
Maldição de Luiz Paulo... Não a levei para motel se isso que pensas, conhecendo
ela como conheço, jamais conseguiria, mas foi um ótimo encontro no centro de
Osasco. Apesar dos beijos e não haver mais encontros depois, ela se transformou
em uma grande amiga. A Rozi era uma garota inteligente e, sem qualquer
frescuras, os assuntos com ela fluíam e seguiam rumos incontroláveis. Ela dizia
pra mim que queria ser engenheira, contei um pouco sobre minhas frustações
familiar e ela também contou um pouco obre as da dela. Naquela noite a nossa
despedida foi cheia de muitos beijos, mãos bobas e várias promessas, as quais
não chegaram a sair do plano metafisico. Talvez por trauma ou cautela, mas a
palavra virgem era sinônimo de paciência e muito xaveco, tudo o que eu não
queria mais pra minha vida. Sabe o fato é que eu sou o principal culpado, uma
vez que a iniciativa deveria vir de mim e não veio. Ocorre que, pouco tempo
depois, o irmão da Rozi voltou para Minas e ela teve que se mudar para São José
dos Campos. Fato é que, talvez pela mudança ou simplesmente inércia da minha
pare, a freezon foi determinada pelo plano superior e nossa amizade foi
deixando de ter a coloração que tinha para se tornar algo bem mais natural e,
com a mudança, virtual.
Dito tudo isso, voltamos nossa atenção àquela noite em
especial do mês de junho do ano de 2012. Era dia de churrasco no pedágio, razão
pela qual eu não levei marmita e, como sempre, estava sorridente e brincando
com todo mundo. A galera lá era muito legal, eu tinha um convívio muito bom com
ele, conversávamos de tudo e sobre tudo. Apesar da perda da minha vó, aquele
semestre era perfeito, estava em um trabalho tranquilo, tinha feito vários
amigos, passei direto em todas as matérias na faculdade enquanto meus amigos da
soberba fora quase todos para exame, mas aquela noite, como uma facada no
coração, me trouxe de volta à realidade, aquela realidade que eu havia
esquecido.
E que realidade era essa? Cursar Direito sempre foi um
sonho, eu queria falar, vestir e ser tratado de forma diferente, não só isso,
eu queria fazer a diferença e mudar o mundo a minha volta. E como eu faria
isso, como concorrer para uma bolsa num curso tão caro e como competir com
vários que vinham de escola particular enquanto eu era de escola pública, não
só isso, eu era de uma escola pública e de supletivo. Fazer a diferença, essa
era a ideia, é aquele semestre era o chute inicial para que pudesse mudar minha
vida e a vida das pessoas a minha volta. No meio do ano minha mamis já havia
voltado e que já tinha feito minha rematrícula para o segundo semestre. No
entanto aquela noite podia mudar tudo.
Como dizia, em dia de churrasco o segurança fica mais
tranquilo, não leva marmita, apenas um refri para ajudar na festa. Lembro que
era 21h00, fiz uma última ronda pelas cabines afim de que, logo após, me
retirar para comer meu churrasco e fazer o livro relatório do dia, o que fiz
com extrema eficiência. Chegando à sala de segurança, tirei a arma do coldre a
fim de que de ter mais facilidade no saque e liberdade para escrever, pois
estava sentado. Ocorre que, não só contente em tirar a arma do coldre, eu,
seguindo orientações do instrutores do Escola de Vigilante, inventei também de
abrir o tambor da arma objetivando deixar o revolver aberto na mesa. Como eu
disse no início, aquela era uma arma estranha e tinha o costume de travar o
tambor na hora de abrir, tendo que forçar a lateral do gatilho para abrir. Caro
leitor, ocorre que, ao abrir o tambor, a arma simplesmente dispara, atingindo
uma parede que estava a um metro e meio da minha frente, fazendo com que a bala
se espatifasse e todos que ali estavam correram pra ver o que tinha havido.
Bom, eu não morri, mas aquele dia deixou sequelas que o tempo não é capaz de
apagar, porém, isso é assunto para o próximo capitulo. Vamos à consequência.