Maldito seja o frio
O cobertor,
O barulho da chuva ao pinincar no telhado,
Malditas sejam as promessas do futuro,
As falsidades do presente,
E as bobagens do passado,
Maldito seja o espelho ao apontar-me como perdedor,
As canções tristes que, a mim, têm inspirado,
Maldito seja o peito ao ostentar tamanha dor,
Malditos sejam os versos que, de melancólicos, refletem sempre a mesma história,
Maldito seja a tristeza do coração,
Os fantasmas da memória
E, claro, minha fonte de inspiração,
Malditas sejam as paredes que hoje são companhia,
Maldita seja a tinta e as lágrimas que no papel residia,
Maldito seja o autor ao registra seu destino,
Então maldito seja o choro do homem que ali existia,
Em meio a este maldito choro, que prevaleça o sorriso do menino,
Pois bendito seja o amanhã, que será o outro dia,
E uma nova aventura na vida deste pobre e maldito peregrino.
Luiz Paulo Miranda