Refém da Memória

As memórias são como cemitérios de más vibrações e as lembranças se apresentam como uma coletividade de fantasmas, os quais insistem em destruir o nosso dia... Os bloqueios criados se mostram ineficazes e, como uma  ineficiente borracha que, quanto mais esfrega, mais a folha é manchada, travamos uma eterna briga contra nós mesmo, mas a tal borracha não funciona. Desse modo, sem muito esforço, tal fato vem a permitir que leiam em nossa face o que tanto tentamos apagar. As sensações são muitas, os sentimentos variados, porém, tomado pela malícia moderna, desejo o retorno da ingenuidade do passado, pois independente de  experiência ou de idade, só quem amou cegamente, sabe dizer o que é amar de verdade. De braço em braço sigo no eterno ping-pong da vida, algumas lágrimas se vão e, na extensão do rosto, são perdidas, já outras, com muito esforço, dentro dos olhos são mantidas. Lágrimas não curam feridas, mas são analgésicos quando parece não haver mais solução na vida.