A arte nasce de forma discreta e, sem percebermos, toma conta da gente e passa a ser o nosso estilo de vida. Talvez os horizontes que sonhei não sejam os mesmos que vivêncio ou os que esperam por mim, mas isso não importa, pois hoje apenas basta ter a certeza que o mundo que criei estará intacto para além da minha existência. Além do mais, quem é que precisa de muito quando, mesmo com pouco, se é possível alcançar de maneira plena a felicidade. Então, hoje essa caricatura completa onze anos e, com a sensação de que foi ontem, me lembro das rizadas que dei a cada rabisco. Minha primeira caricatura, era emocionante imaginar o que os outros iriam dizer e o que o retratado iria pensar ao ver. Assim, além das risadas que pude arrancar devido à semelhança com a pessoa que reproduzi, esta se tornou, sem sobras de dúvidas, uma eterna homenagem, cujo tempo não foi capaz de apagar. Volto a dizer, talvez os horizontes não sejam de fato os mesmos, mas me sinto realizado com o atual e tenho plena convicção de que, como a presente imagem, o mundo reproduzido por mim nas folhas de sufite, não importa o tempo, será eterno.
Luiz Paulo Miranda